Vladivostoque | Duas províncias chinesas vão ter acesso ao porto

As mercadorias de Jilin e Heilongjiang, províncias do nordeste da China que não têm acesso ao mar, vão poder ser transportadas através do porto russo de Vladivostoque, a saída marítima mais próxima.

A partir de 1 de Junho, o porto da cidade localizada no extremo leste da Rússia vai estar aberto para o embarque de mercadorias de Jilin e Heilongjiang com destino a um porto chinês, informou recentemente a Administração das Alfandegas do país asiático, em comunicado.

As entidades das duas províncias não vão precisar de recorrer ao porto de Dalian, na província de Liaoning, que, apesar de ser o porto chinês mais próximo de Jilin e Heilongjiang, fica, em alguns casos, a mais de 1.000 quilómetros de distância.

O porto de Vladivostoque fica a menos de 100 quilómetros da fronteira com a China e a cerca de 500 quilómetros das capitais de Jilin e Heilongjiang – Changchun e Harbin, respectivamente.

Vladivostoque, o maior porto russo no Oceano Pacífico, foi até meados do século XIX território da China. A baía era conhecida como “Haishenwai”.

A China, então governada pela dinastia Qing, perdeu o território para a Rússia no âmbito do Tratado de Aigun, um dos tratados “desiguais” assinados entre a China e potências ocidentais.

Desde então, duas das três províncias do nordeste da China, Heilongjiang e Jilin, ficaram sem acesso ao mar.

Apesar das disputas históricas, os líderes da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin, proclamaram no ano passado uma “amizade sem limites” entre as duas nações.

15 Mai 2023

Ucrânia| China e Rússia têm posturas globais opostas – analistas

A aproximação à Rússia é estrategicamente “benéfica” para a China, face à crescente volatilidade nas zonas costeiras do país asiático, segundo analistas chineses, que excluem uma aliança formal, face a visões “divergentes” do mundo.
A China recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. O país asiático tem prestado importante apoio político, diplomático e económico à Rússia. O comércio bilateral registou, em 2023, um crescimento homólogo de 26,3 por cento, para 240 mil milhões de dólares.
Em Dezembro passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, voltou a frisar que manter relações robustas com a Rússia é uma “escolha estratégica” da China, durante uma reunião com o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishoustin, em Pequim.
Zhao Huasheng, professor do Centro de Estudos Russos e da Ásia Central da Universidade de Fudan, em Xangai, justificou a opção política com a “crescente pressão estratégica” que a China está a sentir no Estreito de Taiwan e no Mar do Sul da China.
“Boas relações sino-russas podem garantir que a China tem uma retaguarda estratégica relativamente estável”, escreveu Zhao, num ensaio, notando que os “enormes benefícios” da relação parecem ser irrelevantes em tempos de paz, mas que seriam “muito importantes” no caso de conflito com o exterior.
As reivindicações territoriais sobre Taiwan e o Mar do Sul da China suscitaram tensões entre Pequim e quase todos os países vizinhos, desde o Japão às Filipinas. A crescente assertividade da China no Indo-Pacífico levou já à formação de parcerias regionais lideradas pelos Estados Unidos, incluindo o grupo Quad ou o pacto de segurança AUKUS.
Manter boas relações com Moscovo é assim vista pelos especialistas em política externa da China como forma de assegurar estabilidade na fronteira terrestre com a Rússia, que tem mais de 4.300 quilómetros de extensão, e fornecimento estável de energia.
Isto permite a Pequim concentrar recursos nas áreas costeiras e mares circundantes, onde os Estados Unidos mantêm várias bases militares em países aliados, concordaram analistas.
A China quer afirmar-se como a principal potência no leste da Ásia e diluir o domínio geoestratégico norte-americano na região. A reunificação de Taiwan, localizado entre o mar do Sul da China e o mar do Leste da China, no centro da chamada “primeira cadeia de ilhas”, é um objectivo primordial no projecto chinês.
“Se o continente for um dia obrigado a reunificar [Taiwan] por meios militares, a China encontraria então um ambiente internacional extremamente difícil e complexo”, escreveu Zhao.

Ponto de ordem
Pequim considera também a parceria com a Rússia fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.
Os analistas chineses destacaram o papel da Rússia na internacionalização da moeda chinesa, o yuan, e na procura por uma alternativa credível aos sistemas de pagamentos transfronteiriços ocidentais.
“China e Rússia são ‘metade do céu’ para a segurança e o desenvolvimento uma da outra”, descreveu Wang Xiaoquan, especialista da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
Os analistas consideraram, porém, que o conflito na Ucrânia é negativo para Pequim.
O economista Xu Mingqi observou, num artigo, que a guerra “dificultou a recuperação [pós-pandemia] da economia mundial; alimentou a tendência ideológica para a desglobalização e colocou em risco a governação económica global”.
A estabilidade global continua a ser “fundamental” para sustentar o desenvolvimento económico da China, realçou.
Os analistas reconhecem que a recusa de Pequim em distanciar-se do agressor é também prejudicial.
Yan Xuetong, um dos maiores especialistas em relações internacionais do país, reconheceu que a “recusa em condenar a Rússia prejudicou as relações da China com alguns dos seus vizinhos e distanciou Pequim de muitas nações em desenvolvimento”.
Zhou Bo, um conhecido antigo coronel do Exército chinês, lamentou o impacto que a guerra teve nas relações da China com a Europa.
Nos ensaios e discursos dos académicos chineses constam também críticas à Rússia pelas suas alegadas “tendências imperialistas” e “imprudência”.
Feng Yujun, director do Centro de Estudos Russos e da Ásia Central da Universidade de Fudan, sublinhou que “a lógica imperial subjacente tanto à rejeição da Ucrânia como entidade nacional como à pretensão manifesta de restaurar os territórios tradicionais [da Rússia] é alarmante”.
Esta postura reflecte ressentimentos históricos face ao passado expansionista da Rússia no nordeste asiático. Em particular, a cedência da cidade de Vladivostoque à Rússia czarista, como parte dos “Tratados Desiguais”, que a China foi obrigada a assinar com as potências europeias no século XIX, é frequentemente lembrada com revolta no país asiático.
No pico da Guerra Fria, o rompimento sino-soviético e disputas fronteiriças estiveram também perto de resultar numa guerra entre as duas potências.
Apesar de os dois países se oporem à “hegemonia” norte-americana nas relações internacionais, os académicos chineses salientaram que a visão russa para uma nova ordem mundial difere muito da de Pequim.

Posturas distintas
Zhao Long, investigador no Instituto de Xangai para Estudos Internacionais, observou que “enquanto a China enfatiza a reforma cuidadosa e a melhoria da ordem mundial [actual], a Rússia almeja a sua completa desintegração”.
Huang Jing, outro académico, acrescentou que o desejo de Moscovo de confrontar e enfraquecer o Ocidente não está de acordo com os interesses de desenvolvimento da China.
Os analistas acreditam assim que uma aliança formal criaria riscos desnecessários para a relação, que continua a ser inerentemente frágil, e poderia exacerbar a bipolarização da política mundial, arrastando Pequim para conflitos que não são seus.
A China está melhor com um quadro de cooperação mais vago e mais maleável, concordaram.

25 Fev 2024

Diplomacia | Liu Guozhong em Pyongyang para celebrar aniversário do país

Uma delegação chinesa liderada pelo vice-primeiro-ministro Liu Guozhong vai visitar a Coreia do Norte, onde participa, no sábado, nas comemorações do 75.º aniversário da fundação do país, informou ontem a imprensa estatal norte-coreana.

A visita ocorre numa altura em que informações apontam para uma deslocação do líder norte-coreano, Kim Jong-un, à Rússia, para reunir com o Presidente russo, Vladimir Putin. O encontro deve incluir negociações para a venda de armas norte-coreanas a Moscovo, visando reabastecer as reservas russas, drenadas pela guerra contra a Ucrânia.

A Agência Central de Notícias da Coreia, órgão oficial de Pyongyang, disse que a visita da delegação de Liu vai realizar-se a convite do Partido dos Trabalhadores, partido único da Coreia do Norte. A agência não especificou os eventos em que as autoridades chinesas vão participar ou se vão reunir com Kim.

Um funcionário do Governo dos Estados Unidos disse na segunda-feira que Washington espera que Kim faça uma viagem à Rússia este mês para reunir com Putin, numa altura em que o Kremlin tenta adquirir equipamento militar para usar na guerra na Ucrânia.

A reunião pode acontecer já na próxima semana na cidade de Vladivostoque, no leste da Rússia, onde Putin deve participar num fórum económico, que decorre entre domingo e quarta-feira.

Em troca pelo fornecimento de granadas e outras munições, a Coreia do Norte pode pedir fontes energéticas e alimentares e tecnologias de armamento avançadas, dizem analistas. Há preocupações de que a transferência de tecnologia russa possa aumentar a ameaça representada pelo crescente arsenal de armas nucleares e mísseis de Kim, concebidos para atingir os Estados Unidos e os seus aliados asiáticos, a Coreia do Sul e o Japão.

8 Set 2023

Putin alerta para risco de corrida armamentista na Ásia

O Presidente russo, Vladimir Putin, alertou ontem para o risco de uma corrida armamentista na Ásia e reiterou o seu pedido de uma moratória para a instalação de mísseis de médio e curto alcance na região.

O alerta foi feito durante a intervenção de Putin na cimeira da Ásia Oriental, realizada no âmbito da reunião de chefes de Governo e de Estado da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático), que decorre este ano de forma virtual devido à pandemia de covid-19.

O Presidente russo referiu-se ao tratado para a eliminação de mísseis nucleares de médio e curto alcance (INF, na sigla em inglês), assinado em 1987 entre Moscovo e Washington, e que foi suspenso depois de o então Presidente norte-americano Donald Trump anunciar a saída do seu país, em 2019.

“Temos dito reiteradamente que, depois do fim do Tratado INF, a região enfrenta a possibilidade de esse tipo de armas ser colocado no seu vasto território”, disse Putin, que lembrou que a Rússia já tinha proposto uma moratória para esse tipo de armas na Ásia, no Pacífico e noutras regiões do mundo.

“Esta proposta russa continua em vigor e está a tornar-se cada vez mais urgente”, disse o Putin, apelando a que se “inicie uma conversa séria sobre o tema”.

Além disso, o Presidente russo propôs a criação de um mecanismo de cooperação regional contra a pandemia de covid-19, sob os auspícios da cimeira da Ásia Oriental.

“A Rússia aspira a oferecer uma contribuição real para garantir acesso livre e não discriminatório a vacinas contra a covid-19 aos cidadãos de todos os países”, disse Putin, que propôs “expandir o programa de preparação de especialistas e epidemiologistas dos países da ASEAN no Centro de Segurança Biológica de Vladivostoque”.

A cimeira da Ásia Oriental, em que são abordados temas como segurança e comércio, engloba os parceiros da ASEAN e os líderes dos Estados Unidos, China, Índia, Rússia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

Myanmar (antiga Birmânia) é o grande ausente desta cimeira – que termina na quinta-feira – devido à relutância da junta militar birmanesa em seguir os acordos alcançados em abril pela ASEAN para resolver a profunda crise que se instalou no país após o golpe de Estado do passado dia 01 de fevereiro.

A ASEAN ofereceu à junta militar, no poder, a possibilidade de enviar à cimeira um representante não político, em vez do chefe do conselho, Min Aung Hlaing, mas Naypyidaw optou por não participar da reunião.

Fundada em 1967, a ASEAN, é composta pelo Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Singapura, Tailândia e Vietname.

28 Out 2021

Rússia | Putin sublinha interesses geopolíticos “coincidentes” com a China

As duas nações revelam um total alinhamento em matérias de ordem militar, económica e de política internacional. Vladimir Putin reuniu-se com o vice-primeiro-ministro chinês Hu Chunhua em Vladivostoque, à margem do Fórum Económico Oriental

 
[dropcap]O[/dropcap] Presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou ontem que Moscovo e Pequim têm interesses geopolíticos “coincidentes”, sublinhando a importância da cooperação entre os dois Estados para o reforço da segurança internacional.
“Não falamos apenas sobre a coincidência dos nossos interesses geopolíticos, que são importantes, mas realizamos também trabalho concreto, obtivemos bons resultados e avançamos”, disse Putin, após uma reunião com o vice-primeiro-ministro chinês Hu Chunhua.
A reunião do chefe de Estado russo com o alto quadro do regime chinês ocorreu às margens do Fórum Económico Oriental, que se realiza na cidade portuária de Vladivostoque, no extremo leste da Rússia.
“Estamos a trabalhar activamente para fortalecer as instituições internacionais e sistemas de segurança. Colaboramos no campo militar e concordamos activamente nas nossas posições na arena internacional”, acrescentou.
Putin expressou ainda satisfação por os parceiros chineses serem os principais investidores nas regiões do Extremo Oriente da Rússia.
Hu enfatizou que os dois países atribuem grande importância ao fornecimento de produtos agrícolas russos à China, uma colaboração que descreveu como “muito promissora”.
Um acordo entre os dois Estados prevê o aumento do cultivo de soja na Rússia, para fornecer o mercado chinês, à medida que Pequim suspende a compra de produtos agrícolas aos Estados Unidos, face à guerra comercial que trava com Washington.
Em 2018, a China importou mais de 800.000 toneladas de soja da Rússia, um acréscimo de 64,7 por cento, em relação ao ano anterior.

No mesmo tom

O vice-primeiro-ministro chinês acrescentou que existem outras áreas de cooperação económica com potencial de crescimento, como o comércio electrónico transnacional.
“Sabemos que isto exige uma simplificação adicional dos procedimentos aduaneiros. Estamos convencidos de que alcançaremos esse objectivo”, acordado entre Putin e o Presidente chinês, Xi Jinping, disse.
A Rússia e a China alinharam já posições nas Nações Unidas, ao oporem-se a uma intervenção na Síria e anularem tentativas de criticar as violações dos direitos humanos pelos dois países.
Moscovo apoia a oposição de Pequim à navegação da marinha norte-americana no Mar do Sul da China.
Ambos os países realizaram já exercícios militares conjuntos, incluindo no Báltico. A Rússia partilhou também com a China alguma da sua tecnologia militar mais avançada. A nível económico, no entanto, a cooperação segue aquém da cooperação política e no âmbito da segurança.
A China é o principal parceiro comercial da Rússia, enquanto a Rússia surge em décimo lugar entre os parceiros de Pequim.

6 Set 2019

Rússia | Putin sublinha interesses geopolíticos “coincidentes” com a China

As duas nações revelam um total alinhamento em matérias de ordem militar, económica e de política internacional. Vladimir Putin reuniu-se com o vice-primeiro-ministro chinês Hu Chunhua em Vladivostoque, à margem do Fórum Económico Oriental

 

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou ontem que Moscovo e Pequim têm interesses geopolíticos “coincidentes”, sublinhando a importância da cooperação entre os dois Estados para o reforço da segurança internacional.

“Não falamos apenas sobre a coincidência dos nossos interesses geopolíticos, que são importantes, mas realizamos também trabalho concreto, obtivemos bons resultados e avançamos”, disse Putin, após uma reunião com o vice-primeiro-ministro chinês Hu Chunhua.

A reunião do chefe de Estado russo com o alto quadro do regime chinês ocorreu às margens do Fórum Económico Oriental, que se realiza na cidade portuária de Vladivostoque, no extremo leste da Rússia.

“Estamos a trabalhar activamente para fortalecer as instituições internacionais e sistemas de segurança. Colaboramos no campo militar e concordamos activamente nas nossas posições na arena internacional”, acrescentou.

Putin expressou ainda satisfação por os parceiros chineses serem os principais investidores nas regiões do Extremo Oriente da Rússia.

Hu enfatizou que os dois países atribuem grande importância ao fornecimento de produtos agrícolas russos à China, uma colaboração que descreveu como “muito promissora”.

Um acordo entre os dois Estados prevê o aumento do cultivo de soja na Rússia, para fornecer o mercado chinês, à medida que Pequim suspende a compra de produtos agrícolas aos Estados Unidos, face à guerra comercial que trava com Washington.

Em 2018, a China importou mais de 800.000 toneladas de soja da Rússia, um acréscimo de 64,7 por cento, em relação ao ano anterior.

No mesmo tom

O vice-primeiro-ministro chinês acrescentou que existem outras áreas de cooperação económica com potencial de crescimento, como o comércio electrónico transnacional.

“Sabemos que isto exige uma simplificação adicional dos procedimentos aduaneiros. Estamos convencidos de que alcançaremos esse objectivo”, acordado entre Putin e o Presidente chinês, Xi Jinping, disse.

A Rússia e a China alinharam já posições nas Nações Unidas, ao oporem-se a uma intervenção na Síria e anularem tentativas de criticar as violações dos direitos humanos pelos dois países.

Moscovo apoia a oposição de Pequim à navegação da marinha norte-americana no Mar do Sul da China.

Ambos os países realizaram já exercícios militares conjuntos, incluindo no Báltico. A Rússia partilhou também com a China alguma da sua tecnologia militar mais avançada. A nível económico, no entanto, a cooperação segue aquém da cooperação política e no âmbito da segurança.

A China é o principal parceiro comercial da Rússia, enquanto a Rússia surge em décimo lugar entre os parceiros de Pequim.

6 Set 2019

Cimeira entre Vladimir Putin e Kim Jong-un quase certa este mês

[dropcap]O[/dropcap] embaixador sul-coreano em Moscovo afirmou que muito seguramente os líderes da Coreia do Norte e da Rússia devem realizar uma cimeira este mês, antes da histórica visita de Kim Jong-un a Seul.

“A Rússia já expressou a sua esperança de que a visita de Kim ocorra antes do final do ano (…) mas a Coreia do Norte parece ainda estar a estudar o local e a data”, disse o embaixador da Coreia do Sul na Rússia, Woo Yoon-keun, citado hoje por vários órgãos de comunicação social da Coreia do Sul.

“Dado que a visita de Kim à Coreia do Sul também está prevista para antes do final do ano, a Coreia do Norte parece estar a estudar com muito cuidado a data da visita à Rússia”, acrescentou, assegurando que a cimeira deverá acontecer ainda este mês.

O Presidente russo tem expressado a vontade da Rússia em participar em possíveis projetos de desenvolvimento e de infraestruturas na Coreia do Norte, no âmbito da cooperação acordada entre Seul e Pyongyang, por ocasião do processo de pacificação na península coreana.

“Foram prometidas à Coreia do Norte garantias de segurança como troca pela desnuclearização”, disse Vladimir Putin em setembro, no fórum económico que se realizou em Vladivostoque, Rússia.

Pequim e Moscovo são os principais aliados diplomáticos de Pyongyang e, apesar de terem alinhado nas sanções impostas pela ONU contra o país, têm evitado medidas extremas suscetíveis de causar o colapso do regime.

O líder norte-coreano e o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, assinaram em meados de setembro uma declaração conjunta, que poderá ser importante para o futuro diálogo sobre a desnuclearização da península, entre Pyongyang e Washington.

Na declaração conjunta, Kim jong-un prometeu visitar Seul “num futuro próximo” e espera-se que aconteça ainda este ano, o que a verificar-se tornará Kim no primeiro líder norte-coreano a visitar a capital da Coreia do Sul desde que a península foi dividida em Norte e Sul no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

O falecido pai de Kim, Kim Jong-il, prometeu fazê-lo quando líderes sul-coreanos o visitaram em Pyongyang, em 2000 e 2007, mas a viagem a Seul nunca aconteceu.

A Guerra da Coreia (1950-53) terminou com a assinatura de um armistício, mas nunca foi assinado um tratado de paz, por isso os dois países continuam tecnicamente em guerra.

5 Nov 2018