Macau estima poupar 890 milhões de patacas em contrato do metro ligeiro

Macau estima poupar 890 milhões de patacas no primeiro contrato de exploração do metro ligeiro, que termina no final de 2024, garantiu esta quarta-feira o secretário para os Transportes e Públicas, Raimundo do Rosário.

O Governo de Macau atribuiu, por adjudicação direta, a exploração do metro ligeiro, inaugurado a 10 de Dezembro de 2019, à MTR Corporation Limited, empresa que opera o metro de Hong Kong, por 5,88 mil milhões de patacas. Mas o secretário Raimundo do Rosário garantiu que “no fim [do contrato] este valor vai ser diminuído, mais ou menos para 4,99 mil milhões, não vai ultrapassar cinco mil milhões”.

O dirigente, que falava na Assembleia Legislativa durante uma sessão de perguntas e respostas sobre o relatório das Linhas de Ação Governativa (LAG) para 2024, não revelou, no entanto, as razões para a redução.

A operação do metro ligeiro esteve parada entre outubro de 2021 e abril de 2022, para substituir cabos de alta tensão com um comprimento total de cerca de 124 quilómetros, devido a sobreaquecimento. Rosário sublinhou que o contrato com a MTR já inclui a ligação do metro até à Barra, no sul da península de Macau, através do piso inferior da ponte Sai Van, que será inaugurada a 08 de dezembro. “Não precisamos de pagar mais”, acrescentou.

Este meio de transporte opera atualmente apenas uma linha, na ilha da Taipa, com uma extensão de 9,3 quilómetros e 11 estações, com uma frequência de dez a 15 minutos, durante quase 17 horas diárias. Em junho, o secretário tinha garantido aos deputados que não irá atribuir à MTR por adjudicação direta o próximo contrato de exploração do metro, que irá incluir uma expansão até à Barra, o bairro de Seac Pai Van, em Coloane, e a vizinha Hengqin (ilha da Montanha).

A construção da linha para Hengqin, na China continental, arrancou em março de 2021, vai custar 3,5 mil milhões de patacas e deverá estar concluída até ao final de 2024. O Governo lançou em outubro de 2022 os concursos para a concepção e construção da Linha Leste do metro ligeiro, que deverá fazer, a partir da primeira metade de 2029, a ligação ao norte da península de Macau, onde se situa a principal fronteira com a China continental.

O metro registou, em média, 9.150 passageiros por dia em agosto, o número mais elevado desde que este meio de transporte começou a cobrar tarifas, em fevereiro de 2020. Com a extensão do metro ligeiro, as autoridades preveem que o volume de passageiros atinja 137 mil pessoas por dia, em 2030.

O metro ligeiro, uma das principais obras públicas de Macau desde a transferência da administração de Portugal para a China, em 1999, sofreu significativas derrapagens financeiras, bem como nos prazos de execução. A primeira linha, prometida durante mais de uma década, custou 10,2 mil milhões de patacas.

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