Soberania | China acusa Manila após incidente em recife disputado

A China acusou ontem as Filipinas de “violar gravemente” a sua soberania, após a Guarda Costeira chinesa afirmar ter tomado “medidas de controlo” contra embarcações filipinas que alegadamente realizavam actividades “ilegais” nas imediações do recife disputado de Scarborough

“As Filipinas enviaram vários navios governamentais para invadir as águas territoriais da ilha Huangyan [nome dado pela China ao recife], infringindo gravemente a soberania, os direitos e os interesses da China, além de minar a paz e a estabilidade marítimas”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa. Segundo Lin, as acções adoptadas por Pequim para proteger a sua soberania territorial e os seus direitos marítimos “são legítimas e irrepreensíveis”.

“As provocações deliberadas de Manila são a principal causa da actual tensão”, disse, instando as Filipinas a cessarem de imediato as “violações” e a não subestimarem “a firme determinação da China em defender os seus interesses legítimos”.

A Guarda Costeira chinesa indicou que mais de dez navios filipinos entraram no recife “a partir de diferentes direcções”. Em resposta, foram emitidas advertências por rádio, realizados controlos de rota e utilizadas mangueiras de água.

Um dos navios filipinos, identificado como 3014, “ignorou repetidas advertências” e colidiu “de forma deliberada e perigosa” com uma embarcação chinesa em missão de patrulha, afirmou o porta-voz Gan Yu, culpando Manila pelo incidente.

Ir mais além

O recife de Scarborough – conhecido nas Filipinas como Bajo de Masinloc – está sob controlo chinês desde 2012 e é um dos principais focos de fricção entre os dois países. Manila protestou recentemente contra o plano de Pequim de declarar a área como reserva natural, alegando que se encontra na sua zona económica exclusiva. O recife fica a cerca de 220 quilómetros da costa ocidental de Luzon, nas Filipinas, e a cerca de 850 quilómetros de Hainan, a ilha chinesa mais próxima.

A China reivindica quase a totalidade do mar do Sul da China, uma via estratégica por onde circula cerca de 30 por cento do comércio marítimo global, rica em recursos pesqueiros e com potencial de exploração energética, apesar das reivindicações sobrepostas de outros países, como Filipinas, Vietname ou Malásia.

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