Ciclo de cinema documental na Casa de Macau a 3 de Junho

A Casa de Macau em Lisboa apresenta, no dia 3 de Junho, o “CineMacau – Ciclo de cinema documental de Macau”, a partir das 16h30, em que se apresentam alguns documentários sobre realizadores locais, ou com ligações ao território.

Segundo uma nota de imprensa, pretende-se, com este evento, “alargar o nosso espaço à divulgação do ‘olhar’ de uma nova geração de cineastas que têm registado imagens e sons sobre a realidade de Macau, passado e presente, trazendo novas perspectivas e novas abordagens sobre esta terra a quem também chamam de sua”.

A coordenação do evento está a cargo de “Ruka” Borges, produtor, apoiado pelo membro da direcção da Casa, Gonçalo Magalhães. Ambos vão assegurar “o enquadramento temático dos filmes”, sendo que será apresentado o primeiro episódio da colectânea “Os Resistentes: Retratos de Macau” do realizador António Caetano de Faria.

Este “recuperou, através da sua ‘lente’, um conjunto de profissões em vias de extinção da antiga Macau”, tratando-se de um projecto cultural sem fins lucrativos apoiado pela Casa de Portugal em Macau, Fundação Macau e pelo Instituto Cultural, com música de fundo composta pela Orquestra Chinesa de Macau.

“Os Resistentes” mostra os retratos de antigas profissões ou lojas em risco de extinção, nomeadamente “sapateiros, relojoeiros, alfaiates, farmacêuticos chineses, carpinteiros”, no geral, “pessoas com décadas de experiência, cuja actividade representa uma parte importante da identidade histórica e cultural de Macau”.

A série foi desenvolvida ao longo de três temporadas — em 2015, 2017 e 2020 — e consiste em episódios curtos, filmados a preto e branco.

“António Caetano Faria começou este projecto ao perceber que muitas destas lojas estavam a desaparecer em silêncio, sem deixar rasto. Ao longo da série, ele procura captar não só os rostos e as vozes, mas também os sons, os gestos e os detalhes do dia a dia desses trabalhadores. O projecto assume um papel quase de arquivo — uma tentativa de preservar, em registo audiovisual, modos de vida e práticas profissionais que deixaram de ser passadas para a geração seguinte”, destaca a Casa de Macau.

Outro projecto

A sessão do dia 3 de Junho complementa-se com o documentário da cineasta Marisa Marinho, “The Macau Project”, onde se capta “a percepção sobre a transição de poderes na RAEM, suscitando-se interrogações e dúvidas de quem, na sua idade (muito jovem), vive as ambivalências de Macau, território que a irá marcar definitivamente como elemento integrante da sua própria identidade.”.

Com este documentário, de 1999, Marisa Martinho apresenta “um ‘olhar’ distanciado e simultaneamente actual na construção de memórias que todos vamos carregando”. Os autores dos projectos cinematográficos estarão presentes na sessão para que haja um debate em torno do cinema.

As marcações devem ser feitas junto da Casa de Macau, com um máximo de 20 pessoas por sessão. A entrada é gratuita, mas pede-se o pagamento facultativo de um “bilhete solidário” no valor de cinco euros.

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