China / ÁsiaUcrânia | Xi diz a Putin que está “feliz por ver esforços” para pôr fim à guerra Hoje Macau - 25 Fev 2025 Quando se assinalam três anos do início da invasão da Ucrânia pela Rússia, a administração chinesa reafirma o seu empenho na luta por encontrar uma solução para o conflito. O Presidente chinês congratulou-se com os novos esforços levados a cabo pelos EUA e Rússia O Presidente chinês, Xi Jinping, disse ontem ao homólogo russo, Vladimir Putin, que está feliz por ver que a Rússia e outros países estão a fazer “esforços positivos” para acabar com a guerra na Ucrânia. “A China está satisfeita por ver que a Rússia e as partes relevantes estão a fazer esforços positivos para pôr fim a esta crise”, disse Xi, numa conversa por telefone, que ocorre no terceiro aniversário da guerra na Ucrânia. Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Xi disse ainda que os laços entre a China e a Rússia têm uma “força motriz interna forte” e um “valor estratégico único”, e que os dois países são “dois bons vizinhos” e “verdadeiros amigos”, que se apoiam mutuamente na procura de um “desenvolvimento comum”. O líder chinês acrescentou que a relação bilateral “não é dirigida contra terceiros, nem será influenciada por ninguém”, sublinhando que os laços continuarão a desenvolver-se “com facilidade” e “ajudarão o desenvolvimento mútuo, injectando estabilidade e energia positiva nas relações internacionais”. De acordo com a Xinhua, Putin afirmou que está empenhado em “eliminar as causas profundas do conflito” entre a Rússia e a Ucrânia, a fim de “alcançar uma solução de paz sustentável e duradoura”. Do lado da paz A China afirmou ontem que sempre esteve “do lado da paz” e que vai continuar a trabalhar para “construir um consenso” que ponha fim à guerra na Ucrânia, que se prolonga há três anos. “Desde o início desta crise, temos vindo a trabalhar e a manter a comunicação com as partes envolvidas, com o objectivo de construir um consenso para a paz”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa. O porta-voz acrescentou que a China sempre esteve “do lado da paz” e manteve uma posição “justa e objectiva”, que tem sido “clara e consistente desde o início”. De acordo com porta-vozes chineses, o país asiático espera “manter a comunicação com todas as partes envolvidas” e continuará a fazer “esforços” para desempenhar “um papel construtivo” na resolução do conflito. Posição central Nas últimas semanas, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, afirmou que a posição da China sobre o conflito tem sido “racional” e que Pequim deseja “estabelecer um quadro de segurança equilibrado, eficaz e sustentável para a Europa, visando uma paz duradoura”. “A China quer trabalhar com todas as partes, incluindo a Europa”, afirmou Wang. Desde o início da guerra na Ucrânia, a China manteve uma posição ambígua em relação ao conflito, apelando ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção pelas “preocupações legítimas de todos os países”, numa referência à Rússia. Pequim opôs-se a sanções “unilaterais” contra Moscovo e apelou ao “desanuviamento e a uma solução política”. No entanto, o Ocidente acusou a China de apoiar a campanha militar da Rússia, algo que o país asiático sempre negou. A China tem enviado representantes diplomáticos para a região e apresentado iniciativas de paz, como o plano que elaborou com o Brasil, no ano passado, que não incluía a retirada das tropas russas e foi rejeitado por Kiev.