China / ÁsiaGuerra | Tailândia acusou Camboja de violar espaço aéreo com 250 drones Hoje Macau - 30 Dez 2025 A Tailândia acusou ontem o Camboja de violar o acordo de cessar-fogo em vigor, ao enviar 250 aparelhos aéreos não tripulados (drones) sobre o território tailandês O Exército da Tailândia indicou que mais de 250 drones foram detectados a entrar no país na zona de fronteira. Para as Forças Armadas tailandesas, a acção do Camboja constituiu uma provocação e uma violação das medidas “destinadas a reduzir as tensões” entre Banguecoque e Phnom Penh. Até ao fecho desta edição as autoridades do Camboja não se pronunciaram sobre a acusação da Tailândia sobre a violação do espaço aéreo. Os dois países alcançaram um cessar-fogo no sábado, após três semanas de confrontos ao longo da fronteira comum de 800 quilómetros, depois de dois dias de negociações na China. O acordo de cessar-fogo prevê o fim de semanas de combates ao longo da fronteira contestada, que já fizeram mais de 100 mortos e mais de meio milhão de deslocados em ambos os países. O ministro dos Negócios Estrangeiros tailandês, Sihasak Phuangketkeow, e o seu homólogo cambojano, Prak Sokhonn, reuniram-se na província de Yunnan, no sudoeste da China, para negociações mediadas pelo homólogo chinês, Wang Yi. O chefe da diplomacia chinesa afirmou que Pequim “não deseja ver a Tailândia e o Camboja em campos de batalha”. Durante um encontro com o homólogo tailandês, Sihasak Phuangketkeow, no domingo, Wang Yi expressou a “profunda preocupação” da China com a “tensa situação na fronteira” e defendeu que, uma vez cessados os combates, “a diplomacia deve assumir protagonismo”. “Reconstruir a paz é o desejo dos povos e a expectativa de todas as partes”, afirmou o chefe da diplomacia chinesa, acrescentando que os esforços de mediação de Pequim “nunca se impõem aos outros, nem extravasam os limites” e visam criar “uma plataforma descontraída para o diálogo”. Um historial fatal O Presidente norte-americano, Donald Trump, que ameaçou suspender os privilégios comerciais caso a Tailândia e o Camboja não concordassem com um cessar-fogo em Julho, sugeriu ontem que os combates entre a Tailândia e o Camboja “cessarão momentaneamente” e afirmou que os Estados Unidos “se tornaram as verdadeiras Nações Unidas”. Os limites territoriais são disputados há décadas e foram herdados do período colonial francês. De acordo com números oficiais, reconhecidos pelas Nações Unidas, os últimos confrontos provocaram 47 mortes: 26 do lado tailandês e 21 do lado cambojano. Em Julho, a primeira fase de confrontos fez 43 mortos em cinco dias, antes de ser acordado um cessar-fogo. Um outro acordo foi posteriormente assinado a 26 de Outubro em Kuala Lumpur, Malásia, na presença do presidente dos Estados Unidos, mas foi suspenso pela Tailândia, depois de vários soldados de Banguecoque terem ficado feridos na explosão de uma mina militar terrestre na zona de fronteira.