China / ÁsiaAnalistas estimam que BYD supere Tesla nas vendas globais em 2025 Hoje Macau - 30 Dez 2025 A rápida expansão global da BYD e as dificuldades regulatórias da Tesla nos Estados Unidos e noutros mercados devem permitir à fabricante chinesa liderar, pela primeira vez, as vendas mundiais de veículos totalmente eléctricos em 2025, preveem analistas. Ambos os grupos deverão divulgar em breve os relatórios anuais, mas, com base nos dados mais recentes, a vantagem acumulada pela BYD é tal que parece quase impossível que a Tesla tenha conseguido recuperar terreno. Até ao final de Novembro, a BYD já tinha vendido 2.066.002 veículos totalmente eléctricos, tornando-se a primeira marca a ultrapassar esse marco. A Tesla registava 1.217.902 unidades até ao final de Setembro. A fabricante norte-americana beneficiou, no terceiro trimestre, de uma corrida às compras provocada pelo fim de incentivos fiscais nos EUA, o que levou muitos consumidores a antecipar a aquisição dos seus veículos. As entregas globais da Tesla subiram 7 por cento em termos homólogos, para 497.099 veículos. Analistas previram uma rápida retracção no trimestre seguinte. O consenso dos analistas da empresa de serviços financeiros FactSet aponta para 449 mil unidades no quarto trimestre (-9,48 por cento face ao ano anterior) e um total de 1,65 milhões de veículos para 2025 (-7,66 por cento). Trata-se de uma projecção anual bem abaixo do nível já atingido pela BYD até 30 de Novembro. O banco alemão Deutsche Bank estima que a Tesla entregará 405 mil veículos no quarto trimestre, enquanto analistas do banco suíço UBS apontam para 415 mil – ambas previsões revistas em baixa recentemente. O Deutsche Bank destacou vendas abaixo das expectativas na América do Norte (-33 por cento), Europa (-34 por cento) e, em menor escala, na China (-10 por cento). Copo meio cheio O banco TD Cowen apresenta uma estimativa mais optimista (429 mil unidades), mas sublinha que o trimestre foi “um pouco delicado”, devido ao fim dos incentivos fiscais, o que dificultou as projecções, segundo o analista Itay Michaeli. “As entregas da Tesla vão mostrar sinais de fraqueza no quarto trimestre”, apontou o director da corretora Wedbush Securities, Dan Ives. “Um total de 420 mil veículos já seria suficiente para mostrar alguma estabilidade da procura, numa altura em que o mercado está focado no lançamento da condução autónoma em 2026”, acrescentou. As vendas da Tesla foram afectadas por uma transição eléctrica mais lenta do que o esperado, pelo aumento da concorrência e pelas decisões do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde o regresso ao poder em Janeiro. A proximidade entre Elon Musk e Trump, tanto durante a campanha como após a tomada de posse, também afectou a imagem da marca, levando a apelos ao boicote. As vendas caíram acentuadamente, sobretudo na Europa.