Li Qiang lamenta “grave impacto” de tarifas junto de organismos internacionais

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, alertou ontem para o “grave impacto” das tarifas e outras restrições comerciais na economia global, ao inaugurar em Pequim uma nova edição do ‘Diálogo 1+10’ com instituições financeiras internacionais.

Li afirmou que a proliferação de barreiras comerciais desde o início do ano demonstrou que “as tarifas prejudicam terceiros, mas acabam por se virar contra quem as impõe”, o que, segundo o governante, tem reforçado os apelos globais em defesa do comércio livre.

Perante os líderes das principais instituições financeiras e comerciais internacionais, o chefe do Governo chinês destacou que o mundo enfrenta “mudanças complexas e profundas”, marcadas pela ascensão do proteccionismo, por turbulências geopolíticas e por lacunas na governação global.

O fórum, que decorre sob o lema “Partilhar a governação global, promover o desenvolvimento global”, tem como objectivo “construir um sistema mais justo, razoável e eficaz”, disse Li, sublinhando o papel das organizações presentes na estabilidade da economia mundial. O primeiro-ministro identificou três conceitos-chave que marcaram o ano de 2025: tarifas, transição verde e inteligência artificial (IA).

Sobre o clima, assinalou o décimo aniversário do Acordo de Paris e reafirmou os compromissos da China, incluindo o objectivo de que mais de 30 por cento do consumo energético do país seja proveniente de fontes não fósseis, com a instalação de 3,6 gigawatts de capacidade solar e eólica – mais de seis vezes o nível registado em 2020.

Em relação à inteligência artificial, Li destacou o avanço acelerado de modelos abertos chineses, como o DeepSeek, que estão a “impulsionar a transformação industrial” e o crescimento de novos sectores como a robótica inteligente. “O comércio livre, a superação de desafios globais e a inovação colaborativa são metas que nenhuma entidade pode alcançar sozinha. Exigem esforço colectivo”, sublinhou.

Figuras de proa

Participam no encontro a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, a secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Rebeca Grynspan, e o presidente do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas, Jin Liqun.

Estão ainda presentes o director-geral do Banco de Pagamentos Internacionais, Pablo Hernández de Cos, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, a directora-geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala, e representantes da Organização Internacional do Trabalho, do Conselho de Estabilidade Financeira e da OCDE, entre outros.

Subscrever
Notifique-me de
guest
0 Comentários
Mais Antigo
Mais Recente Mais Votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários