EventosFotografia | AMAGAO acolhe exposição que reinterpreta a Ásia Oriental João Luz - 10 Nov 2025 É inaugurada esta semana, na galeria AMAGAO, a exposição “EASTASIA TROUGH THE LENS”, que exibe 25 obras de cinco autores que, através da fotografia, reflectem e reinterpretam a riqueza e diversidade das culturas, pessoas e cidades da Ásia Oriental Cores, texturas, jogos de sombra e luz, pessoas e recantos explorados com profundidade, revelando detalhes únicos que distinguem as gentes e culturas da Ásia Oriental, são o ponto de partida para a exposição de fotografia “EASTASIA TROUGH THE LENS”. A mostra será inaugurada na próxima quinta-feira, às 18h30, na galeria AMAGAO no hotel Artyzen Grand Lapa, exibindo 25 trabalhos de cinco fotógrafos que procuram explorar através da fotografia “a riqueza das artes, cidades, pessoas e marcos culturais da Ásia Oriental”, indica a organização do evento num comunicado. Com a curadoria a cargo de Francisco Ricarte, a exposição apresenta trabalhos de fotógrafos que vivem na região da Ásia Oriental: André Carvalhosa, de Portugal, Cássia Shutt, do Brasil, José Sales Marques, de Macau, Manesok Ha, da Coreia do Sul, e Tang Kuok Hou, de Macau. A exposição, patente até ao dia 30 de Novembro, é uma iniciativa da ARTBIZ ASIA, em cooperação com a HALFTONE – Associação Fotográfica de Macau. Segundo a organização do evento, as obras em exibição “incorporam a diversidade e a vitalidade da paisagem cultural da Ásia Oriental, destacando as visões dos artistas e a sua percepção de uma diversidade de lugares como Macau, Hong Kong, Butão e Coreia do Sul”. Os organizadores pretendem que a mostra estimule “um diálogo sobre como a cultura pode moldar sua identidade, intercambio social e padrões de vida da comunidade no mundo interconectado de hoje”. Os dedos da mão Por partes, a série fotográfica “When Darkness Falls” da autoria de André Carvalhosa captura a pulsação de Hong Kong, apresentando a colisão e coexistência do caos e da calma. Citado pela organização da mostra, o autor revela que procurou explorar a tensão poética entre presença e ausência, entre a intensidade humana e os espaços silenciosos que a sustentam. “Com essas fotografias, convido os espectadores a sentirem a quietude dentro do próprio movimento, o eco das multidões que partem, o ritmo das ruas quase vazias enquanto a cidade expira ao final do dia”, afirmou André Carvalhosa. Por sua vez, José Luís Sales Marques lançou-se num “subtil exercício de luz e sombras profundas” que teve como “musa” “A Casa do Mandarim”. “Decidi fotografar em preto e branco e pude apreciar com calma a atmosfera delicada criada pelo seu design de interiores, suavemente iluminado por luz natural e artificial, projectando belas sombras nas paredes austeras”, indicou Sales Marques. Também de Macau, Tang Kwok Hou revisitou fotograficamente a expressão e contrastes visuais da vida nocturna da cidade na série “Fotossíntese”. “Fotossíntese é um dos meus planos de exploração para o meu projecto de observação social. Ao examinar as paisagens nocturnas frias e claras, tentei descobrir como a sociedade contemporânea usa a iluminação para incentivar as pessoas a expandirem suas experiências de vida à noite, bem como a iluminação noturna em espaços públicos confere à cidade um padrão operacional visível”, revelou o autor. Por aí fora A lente da brasileira Cássia Shutt procurou captar a beleza do Butão e das suas gentes, assim como a resiliência silenciosa butanesa na série “The Wisdom of Being”. “As fotos testemunham que o povo butanês quer-se desenvolver, mas sabe, profundamente, que desenvolvimento não é sinónimo de renúncia”, indicou a fotógrafa. Noutra latitude, Manseok Ha focou aspectos culturais do vestuário tradicional da Coreia do Sul, num “exercício de ironia”, indica a organização da mostra. A série fotográfica “Hanbok”, nome de uma vestimenta diária que expressava visualmente género, estado civil, classe e hierarquia social sul-coreana, explora a queda em desuso do vestuário ancestral e o irónico uso por turistas. O hanbok é, hoje em dia, usado apenas ocasionalmente em eventos cerimoniais, como casamentos ou comemorações de primeiro aniversário. No entanto, diariamente no Palácio Gyeongbokgung, outrora um símbolo da autoridade real, visitantes de todo o mundo “caminham pelos jardins do palácio vestidos com hanbok. Outrora um emblema de identidade colectiva e ordem social, o hanbok agora é usado por indivíduos de diversas nacionalidades, etnias e géneros”.