Diplomacia | Pequim confirma reunião entre Xi Jinping e Trump

Xi Jinping e Donald Trump encontram-se hoje na capital sul-coreana antes da cimeira APEC. Em cima da mesa, devem estar temas como as terras raras, as tarifas, o Tik-Tok ou a questão de Taiwan A diplomacia chinesa confirmou ontem que o Presidente Xi Jinping vai reunir-se hoje com o homólogo norte-americano, Donald Trump, na Coreia do Sul, num encontro destinado a aliviar a tensão comercial entre os dois países.

Embora Washington já tivesse confirmado a reunião – com Trump já presente na Coreia do Sul ontem – Pequim manteve o silêncio até agora, naquela que será a primeira reunião entre os dois líderes desde o regresso do republicano à Casa Branca, em Janeiro passado.

O encontro decorrerá à margem da cimeira do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) e deverá abordar temas como a guerra comercial, a aplicação TikTok, a questão de Taiwan e o combate ao tráfico de fentanil.

Nos últimos dias, ambos os lados sinalizaram uma vontade de compromisso. Trump manifestou confiança num “acordo comercial bom para ambos” e admitiu baixar tarifas à China em troca de maior cooperação no combate ao fentanil, droga responsável por uma crise de saúde pública nos EUA. Também se mostrou evasivo quanto à possibilidade de discutir Taiwan com Xi, afirmando: “Taiwan é Taiwan”.

Dar seguimento

A reunião segue-se a negociações técnicas realizadas em Kuala Lumpur, nas quais Washington e Pequim alcançaram um “acordo preliminar” para aliviar disputas comerciais, incluindo os controlos chineses às exportações de terras raras e as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses.

Na terça-feira, o Comité Central do Partido Comunista Chinês publicou novas directrizes estratégicas que apelam a uma mobilização nacional para alcançar “avanços decisivos” em tecnologias-chave como semicondutores, ferramentas de precisão, software básico, inteligência artificial e energia de fusão, no âmbito do plano quinquenal 2026-2030.

No plano diplomático, a tensão em torno de Taiwan ganhou novo fôlego antes da cimeira. Pequim reiterou que “nunca renunciará ao uso da força” para alcançar a reunificação, enquanto o líder taiwanês, William Lai, afirmou que “só a paz através da força” pode garantir a estabilidade regional e apelou a uma oposição mais firme à “anexação” chinesa.

Nos últimos dias, a China intensificou também a actividade militar em torno da ilha, com dezenas de aviões de combate a cruzarem a linha média do Estreito de Taiwan.

Para pior basta assim

Donald Trump manifestou ontem optimismo quanto à possibilidade de alcançar um novo acordo comercial com o homólogo chinês, Xi Jinping, afirmando que “é melhor chegar a um entendimento do que estar em conflito”. “Espero que consigamos chegar a um acordo. Acredito que vai ser um bom acordo para ambos. Isso seria realmente um excelente resultado”, afirmou Trump, durante um discurso perante empresários no Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, na cidade sul-coreana de Gyeongju.

“É melhor isso do que estarmos em confronto e passarmos por todo o tipo de problemas sem necessidade. O mundo inteiro está a observar”, acrescentou o líder norte-americano, na véspera do encontro com Xi. Em declarações a bordo do avião presidencial Air Force One, Trump admitiu também a possibilidade de reduzir as actuais tarifas sobre a China, desde que isso ajude a intensificar o combate ao tráfico de fentanil, uma das principais prioridades da reunião com Xi.

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