China regista número recorde em 2025 com um novo multimilionário por dia

A China registou um aumento recorde no número de bilionários em 2025, com uma nova entrada a cada dia, impulsionado pela valorização das bolsas e ascensão de empresas da chamada “nova economia”, segundo a unidade de investigação Hurun.

A última edição da “Hurun China Rich List” inclui 1.434 indivíduos com fortunas superiores a cinco mil milhões de yuan, mais 340 do que no ano passado, o que representa um crescimento de 31 por cento. O património combinado destes multimilionários totaliza 30 biliões de yuan, um aumento de 42 por cento face ao ano anterior.

No topo da lista voltou a surgir Zhong Shanshan, fundador da produtora de água engarrafada Nongfu Spring, cuja fortuna disparou 56 por cento para 530 mil milhões de yuan. É a quarta vez que Zhong lidera o ‘ranking’. Zhang Yiming, fundador da ByteDance – empresa dona do TikTok – caiu para o segundo lugar, apesar de ter aumentado a fortuna em 34 por cento, para 470 mil milhões de yuan.

Li Ka-shing, de 97 anos, e o filho Victor Li Tzar-kuoi, de 61, continuam a ser os mais ricos de Hong Kong, com uma fortuna combinada de 235 mil milhões de yuan, mais 18 por cento do que no ano passado, embora tenham descido do sexto para o nono lugar da tabela geral.

A unidade de investigação Hurun compila esta lista desde 1999, abrangendo bilionários da China continental, Hong Kong, Macau e Taiwan. “A lista deste ano surpreendeu ao atingir um número recorde, impulsionada sobretudo pelo forte desempenho dos mercados bolsistas e pelo surgimento de novas figuras nos sectores tecnológicos e exportadores”, afirmou Rupert Hoogewerf, presidente do Hurun.

Acções em alta

O número de fortunas acima dos 100 mil milhões de yuan subiu de 26 para 41, um crescimento de 59 por cento. Já o total de pessoas com património acima de mil milhões de dólares aumentou 36 por cento, para 1.021. A valorização das acções em Xangai, Shenzhen e Hong Kong reflectiu o entusiasmo dos investidores com sectores como os veículos eléctricos, biotecnologia e computação. O índice de Shenzhen subiu 54 por cento e o de Xangai 36 por cento até setembro. O Hang Seng de Hong Kong avançou 42 por cento.

O PIB da China cresceu 4,8 por cento no terceiro trimestre, menos do que os 5,2 por cento registados no anterior. Tensões comerciais com os Estados Unidos e problemas no sector imobiliário continuam a pesar sobre a recuperação económica.

Ainda assim, empresas chinesas com ambições globais – sobretudo nas áreas de baterias, saúde e mineração – atraíram o interesse dos mercados. Até final de Setembro, 66 empresas (a maioria da China continental) arrecadaram 23,27 mil milhões de dólares através de ofertas públicas iniciais na Bolsa de Valores de Hong Kong, a maior cifra mundial este ano.

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