China / ÁsiaChina realiza primeira imersão tripulada em grandes profundidades no Ártico central Hoje Macau - 30 Out 2025 Uma equipa de cientistas chineses concluiu com sucesso a primeira expedição de mergulho tripulado em grandes profundidades no oceano Ártico, atingindo os 5.277 metros sob o gelo, na dorsal de Gakkel, informou terça-feira a imprensa estatal. A missão, com duração de 56 dias, foi realizada a bordo do navio de investigação Tan Suo San Hao (“Exploração nº3”), construído inteiramente na China, que transportou o submersível tripulado Fendouzhe (“Lutador”) para a realização de 43 mergulhos científicos no Ártico central, onde o gelo cobria mais de 80 por cento da superfície. Organizada pelo Ministério dos Recursos Naturais e pela Academia Chinesa de Ciências, a expedição assinala a primeira operação coordenada entre dois veículos tripulados – o Fendouzhe e o Jiaolong – em ambiente polar, estabelecendo um modelo de cooperação para futuras missões científicas em regiões de gelo denso. Segundo a imprensa oficial, trata-se da primeira exploração científica tripulada em grande profundidade no Ártico central, uma zona onde as condições extremas de pressão e temperatura dificultaram historicamente as operações subaquáticas. Durante a missão, os cientistas recolheram amostras de água, sedimentos, rochas e organismos marinhos, além de dados de observação que vão contribuir para o estudo dos efeitos das alterações climáticas nas regiões polares. “A expedição demonstra que a China já possui capacidade tecnológica e logística para realizar operações de mergulho tripulado de forma contínua em zonas com gelo denso”, afirmou a televisão estatal CCTV. Mergulhos no gelo Lançado em 2021, o Tan Suo San Hao é o primeiro navio científico chinês concebido para missões globais de exploração em águas profundas. A missão ao Ártico partiu a 22 de Julho da cidade costeira de Sanya, na ilha tropical de Hainão, e terminou esta semana com o regresso da tripulação à China. A China afirma-se assim como o primeiro país a realizar mergulhos tripulados profundos e continuados sob gelo denso no Ártico central, reforçando a sua presença científica numa das regiões mais sensíveis ao aquecimento global.