China / ÁsiaÁfrica | Importação de painéis da China ajuda a bater recorde na energia solar Hoje Macau - 7 Out 2025 A consultora Oxford Economics disse segunda-feira que o aumento da compra de painéis solares dos países africanos à China ajudou a que a capacidade solar até Julho batesse o recorde, com 9.516 megawatts (MW). “África, com o seu vasto potencial solar, está a passar por um aumento nas importações de painéis solares provenientes da China; esse influxo está a impulsionar a capacidade de geração do continente, com as importações deste ano até Julho a atingirem um recorde de 9.516 MW”, lê-se numa análise do departamento africano desta consultora britânica. Num comentário à evolução da produção de energia solar no continente africano, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que a diminuição dos custos das instalações solares tem feito com que a capacidade solar de África continue a aumentar. “O custo ao longo da vida útil da energia solar caiu drasticamente na última década, e é agora considerada a forma mais barata de energia elcétrica da história. Esses custos mais baixos estão a impulsionar o aumento dos investimentos e da geração em todo o mundo, com a capacidade global de energia solar a mais do que duplicar nos últimos três anos”. Para África, isto significa um benefício importante, apontam os analistas: “A África subsaariana tem o menor acesso à electricidade do mundo, com apenas 53,3 por cento da população electrificada em 2023, bem abaixo da média global de 91,6 por cento, e muitos países africanos também enfrentam um abastecimento pouco fiável e custos elevados de eletricidade, o que dificulta o desenvolvimento económico”. A quantidade de importações de painéis solares por capacidade atingiu um valor recorde de 1.702 MW em Julho de 2025, mas olhando para o conjunto dos primeiros sete meses do ano, as importações solares por capacidade aumentaram para 9.516 MW, em comparação com 6.625 MW no mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 43 por cento. Por partes Por país, os maiores aumentos nas importações de capacidade de produção de energia solar ao longo destes sete meses foram da África do Sul (+1.790 MW), Argélia (+1.073 MW), Nigéria (+1.064 MW) e Egito (+798 MW), lê-se ainda no relatório da Oxford Economics. Expandir o abastecimento de electricidade de forma significativa “poderia ser transformador, pois reduziria o custo de vida e apoiaria as indústrias necessárias para a criação de empregos e o aumento da produtividade”, acrescenta a Oxford Economics, notando, ainda assim, que os riscos ao aumento da produção de energia solar em África continuam a ser significativos. “A intermitência da energia solar significa que África ainda precisa de investir nas infraestruturas de base para garantir um abastecimento fiável, e muitas empresas estatais de serviços públicos encaram a energia solar privada como uma ameaça, criando barreiras para os produtores independentes”, o que dificulta a disponibilização de energia nas zonas mais remotas do continente, concluem os analistas.