PolíticaGoverno identificou 1000 vagas de emprego para residentes Andreia Sofia Silva - 9 Jul 2025 O secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, adiantou ontem que, nos últimos meses, o grupo de trabalho governamental dedicado a encontrar vagas de emprego no território identificou 1000, relacionadas com 300 cargos diferentes. Estas vagas são destinadas a residentes que procuram emprego. “Até ao momento, foram recolhidas mais de 1000 vagas de emprego, que envolvem 300 postos de trabalho, abrangendo os sectores de turismo e lazer integrado, hotelaria, tecnologia de informação, serviços bancários e financeiros, aviação, serviços sociais, entre outros”, foi referido no segundo dia de sessão plenária dedicada a responder a interpelações orais dos deputados. Neste caso, os deputados Leong Sun Iok, Nick Lei, Ngan Iek Hang e Ma Io Fong apresentaram questões sobre a situação do emprego e desemprego dos residentes. Este grupo de trabalho, de criação recente, também faz “acções de formação direccionada” e presta “assistência aos residentes de Macau no acesso ao emprego, mudança de emprego, mobilidade horizontal e ascensão profissional”. Porém, grande parte do debate foi centrada no facto de os residentes trabalharem a tempo parcial com falsos contratos, ou então em trabalhos pouco qualificados. O deputado Leong Sun Iok sugeriu mesmo a criação de uma “percentagem mínima para a contratação de locais nas empresas de casinos, pois não teriam oportunidade de escolha”. Actualmente, segundo relatos recebidos pelo deputado, as empresas “arranjam sempre razões para não contratar locais e há situações de desigualdade, sendo os locais contratados a curto prazo porque, na verdade, a intenção é contratar trabalhadores não-residentes (TNR)”, existindo “casos de falsificação” de contratos, acusou. Nick Lei também falou dos “testemunhos de residentes que dizem que os TNR trabalham a tempo inteiro, parecendo que os residentes apenas servem para ocupar os tempos parciais”. “Os nossos jovens querem trabalhar a tempo inteiro nos escritórios, por exemplo, e não conseguem encontrar trabalho. Mesmo nos bancos há muitos TNR”, disse. “Trabalhar umas horas” Ella Lei, por sua vez, falou de casos ocorridos nos restaurantes do aeroporto e no sector do retalho, “em que os empregadores pedem aos residentes para entrar de férias, com contratos que dizem que trabalham a tempo inteiro”. “Mas não! Os residentes trabalham apenas uma hora, entram para a empresa e ficam a tempo parcial. Como é que o Governo faz a fiscalização? Há queixas de contratações falsas, com casos em que os locais querem trabalhar, entram para a empresa, trabalham um tempo, mas depois é-lhes dito que não estão a trabalhar bem e saem”, explicou a deputada dos Operários. Da parte do Governo, o secretário Tai Kin Ip referiu que tem sido “observado com rigor o princípio de que a contratação de TNR serve apenas para suprir a insuficiência de recursos humanos locais. O governante disse ainda que vai prestar atenção à situação do emprego parcial, mas não se livrou de nova acusação do deputado Ron Lam: “A política de emprego tem de ter em conta as necessidades da nossa população e o Governo está a interferir no mercado laboral, ao permitir a contratação de TNR”.