Ucrânia | Contestadas sanções da UE à Rússia

As autoridades chinesas rejeitaram ontem as novas sanções impostas pela União Europeia à Rússia no âmbito da guerra com a Ucrânia, alegando que afectam empresas chinesas e que não têm como base o direito internacional.

Pequim “opõe-se firmemente a tais sanções unilaterais, porque não têm qualquer base no direito internacional e não contam com a aprovação do Conselho de Segurança da ONU”, disse hoje a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, em conferência de imprensa.

“Expressamos a nossa firme insatisfação e a nossa veemente rejeição às sanções infundadas impostas pela União Europeia [UE] contra as empresas chinesas”, adiantou a mesma fonte, citada pelo jornal estatal chinês Global Times.

A porta-voz exortou ainda a UE a “parar de ter critérios diferentes em relação à sua cooperação económica e comercial com a Rússia” salientando que muitos países, incluindo membros da UE e os Estados Unidos, continuam a manter relações comerciais com Moscovo.

As empresas chinesas afectadas pelas sanções da UE são consideradas cúmplices da Rússia, já que Moscovo as usa para contornar as sanções e medidas de restrição.

“As relações comerciais normais entre as empresas chinesas e russas têm de continuar e não podem ser interrompidas por interferências ou restrições”, alegou Mao Ning, prometendo que o Governo chinês tomará as medidas apropriadas para “proteger os seus direitos e interesses legítimos”.

Mao aproveitou a oportunidade para sublinhar que a China nunca forneceu armas letais às partes e sublinhou que “controla rigorosamente a exportação de produtos que possam ter dupla utilização”.

Novo pacote

A UE adoptou na terça-feira o 17.º pacote de sanções contra a Rússia e a chamada “frota fantasma”, além de medidas restritivas dirigidas a entidades e indivíduos russos e estrangeiros que apoiam o esforço de guerra de Moscovo.

Segundo a responsável pela política externa do bloco europeu, Kaja Kallas, estão ainda em preparação mais sanções contra a Rússia caso Moscovo continue a guerra na Ucrânia.

O novo pacote inclui, segundo o Conselho Europeu, medidas económicas e individuais que “cortam o acesso da Rússia à tecnologia militar essencial e restringem as receitas energéticas russas que alimentam a sua guerra de agressão contra a Ucrânia”.

Nesse sentido, a UE impôs sanções individuais (congelamento de ambiente e proibições de disponibilidade de fundos) visando o ambiente empresarial que permite a operação da “frota fantasma”, como companhias de navegação dos Emirados Árabes Unidos, Turquia e Hong Kong, além de uma importante seguradora.

Entre as medidas adotadas, contam-se também restrições a 45 empresas e indivíduos russos que fornecem drones, armas, munições, equipamento militar, componentes essenciais e apoio logístico ao Exército e facilitadores industriais, como entidades russas e chinesas que fornecem máquinas e ferramentas aos setores militar e industrial russos.

Três outras entidades chinesas — incluindo empresas estatais — foram colocadas na “lista negra”, bem como uma empresa bielorrussa e outra israelita que fornecem componentes essenciais para os militares russos, incluindo para a produção de drones.

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