Suicídio | Mortes no primeiro trimestre desceram para 18 casos

Apesar da descida das mortes por suicídio nos primeiros três meses do ano, os vários casos registados nos últimos dias levaram o Governo a procurar reforçar a prevenção na comunidade. Na sexta-feira, as autoridades reuniram com associações e instituições comunitárias para descentralizar o apoio a grupos vulneráveis

 

Depois de no ano passado o registo de mortes por suicídio ter batidos recordes, as estatísticas relativas aos primeiros três meses de 2025 trouxeram algum alívio. No primeiro trimestre deste ano, 18 pessoas tomaram a sua própria vida, menos quatro em termos homólogos, representando uma descida de 18,2 por cento. De acordo com os dados oficiais, também as tentativas de suicídio caíram de 99 para 84 no período em análise, um decréscimo de 15,1 por cento.

Entre as pessoas que se suicidaram, 13 eram homens e cinco mulheres, com idades compreendidas entre os 29 e 72 anos. Das 18 mortes registadas nos primeiros três meses do ano, 16 eram residentes de Macau.

Porém, “foram registados bastantes casos de suicídios nos últimos dias”, salientou na sexta-feira o presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Hon Wai, num seminário para trocar impressões com as associações e instituições relacionadas relativas à promoção da saúde mental e à prevenção do suicídio. “O Governo acha que existe a necessidade e a urgência de se associar às forças da comunidade para enfrentar o problema”, acrescentou Hon Wai, citado pelo Canal Macau da TDM.

Manter o alerta

O presidente do IAS revelou que o Executivo está preocupado com a situação e que a aposta passa por reforçar a prevenção comunitária para identificar e acompanhar grupos mais vulneráveis.

A posição foi adoptada no seminário dedicado a promover o conceito de “guardião da vida” e a apoiar “cuidadores de pessoas”. O objectivo do evento foi “promover a mensagem de que todos somos ‘guardiões da vida’ e incentivar a população a estar atenta à própria saúde mental e dos seus familiares e amigos, bem como recorrer aos serviços de apoio do governo e privados quando necessário”.

Segundos as autoridades, as principais causas do suicídio continuam a ser problemas emocionais, financeiros ou relacionados com o jogo e doenças mentais. Em termos de acompanhamento da situação, o presidente do IAS garantiu que “o Governo, além de continuar a intensificar a cooperação multi-departamental, vai também tentar descentralizar recursos para a comunidade e promover a participação de mais instituições de serviços sociais”.

Hon Wai voltou a alertar para a contenção na partilha de informações demasiado detalhadas por casos particulares de suicídio, “porque a disseminação das notícias pode ter impacto em algumas pessoas, até porque é sabido que são actos que podem ser imitados”.

Quem se sentir emocionalmente angustiado ou estiver numa situação de desespero deve ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.

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