Tarifas | Autoridades acompanham impacto no turismo

As tarifas de Donald Trump ainda não diminuem o optimismo dos Serviços de Turismo face ao número de turistas a chegar à RAEM. Porém, se a situação mudar, as autoridades estão prontas para responder com outras formas de promoção

 

A directora dos Serviços de Turismo de Macau (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, afirmou que a região está atenta ao potencial impacto na confiança dos turistas chineses das tarifas impostas pelos Estados Unidos.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira uma suspensão de 90 dias daquilo a que chamou de “tarifas recíprocas”, incluindo uma tarifa-base de 10 por cento para todos os países, excepto para a China, a que impôs tarifas totais de 125 por cento. Contudo, ontem, foi tornado público que vários países e regiões não vão ser afectados pelas tarifas.

“De momento estamos a observar o que está a acontecer. Claro que temos que estar sempre muito atentos”, admitiu Senna Fernandes.

Horas antes, o Centro de Estudos de Macau e o Departamento de Economia da Universidade de Macau (UM) reviram em baixa a previsão para o crescimento económico da região em 2025, para 6,8 por cento, menos 1,1 pontos percentuais do que na anterior previsão, feita em Janeiro.

O coordenador do projecto e economista Kwan Fung disse que a revisão em baixa se deve ao declínio no consumo dos visitantes e às “tarifas norte-americanas sobre o mundo”, algo que “tem impacto indirecto na economia de Macau”.

Kwan disse que as tarifas vão “afectar o crescimento de todas as economias, especialmente o consumo dos turistas da China continental”.

O investigador do Centro de Estudo de Macau Chan Chi Shing alertou que as tarifas terão um “enorme impacto na economia chinesa” e podem obrigar muitas fábricas e empresas a fechar portas, o que levaria menos pessoas a visitar a região.

 

Analisar com calma

A directora da DST disse que “ainda não” teme uma redução do número de turistas em Macau, mas admitiu que “a situação pode mudar”.

“Se for necessário, temos que ajustar a nossa promoção. Até ao momento, estamos a continuar com a nossa promoção, que já tínhamos planeado”, explicou Senna Fernandes.

O novo líder do Governo, Sam Hou Fai, vai apresentar hoje as suas primeiras Linhas de Acção Governativa, para o ano de 2025.

Mas Senna Fernandes disse que no sector do turismo a prioridade vai continuar a ser “captar turistas internacionais”, participando em feiras no estrangeiro e organizando actividades no território.

A directora da DST recordou que Macau vai receber em Junho a reunião semianual da Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos e, em Dezembro, o congresso anual da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).

A APAVT está ainda a organizar uma delegação europeia, com “cerca de 20 pessoas”, que irá participar na 13.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau (MITE, na sigla em inglês), de 25 a 27 de Abril, referiu Senna Fernandes.

Portugal vai ter um espaço próprio na MITE, que irá ainda incluir, pela primeira vez, a secção “Estação do Café”, para “destacar as características dos países de língua portuguesa”, disse a dirigente.

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