Economia | Bolsas asiáticas caem a pique após colapso de Wall Street

As acções asiáticas abriram ontem em forte queda, dando seguimento ao colapso de sexta-feira em Wall Street devido à imposição de tarifas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à reacção de Pequim.

Os mercados de futuros nos EUA também fecharam no vermelho, com o S&P 500 a perdeu 4,2 por cento, enquanto o Dow Jones Industrial Average caiu 3,5 por cento. O índice Nasdaq perdeu 5,3 por cento.

As negociações em Tóquio abriram em queda expressiva, com o Nikkei, o principal índice da bolsa nipónica, a perder quase 8 por cento, logo após a abertura do mercado. Uma hora mais tarde, estava a cair 7,1 por cento, para 31 375,71. O segundo índice nipónico, o Topix, também abriu a perder 8,64 por cento no início da sessão.

O Kospi da Coreia do Sul abriu a perder 5,5 por cento para 2.328,52, enquanto o S&P/ASX 200 da Austrália começou as negociações a cair 6,3 por cento para 7.184,70.

O índice de referência da Bolsa de Taipé, o Taiex, poucos minutos após a abertura, caiu 9,8 por cento, perdendo 2.054 pontos, para 19.243, com a empresa tecnológica Hon Hai (Foxconn), o maior fabricante mundial de produtos electrónicos, e a gigante taiwanesa TSMC, que domina o mercado mundial de fundição de chips, a registarem também perdas próximas dos 10 por cento.

De igual modo, os preços do petróleo continuaram em plano descendente, com o preço de referência do petróleo dos EUA a cair 4 por cento, ou 2,50 dólares, para 59,49 dólares por barril. O petróleo Brent, o padrão internacional, cedeu 2,25 dólares para 63,33 dólares por barril.

O mercado monetário também registou grandes movimentos, com o dólar americano a cair para 145,98 ienes japoneses, de 146,94 ienes, sendo que iene é muitas vezes visto como um porto seguro em tempos de turbulência. O euro subiu de 1,0962 dólares para 1,0967 dólares.

Recessão à vista

Na sexta-feira, no pior registo desde a Covid-19, Wall Street fechou com o S&P 500 a cair 6 por cento e o Dow 5,5 por cento. O Nasdaq composto caiu 5,8 por cento.

As perdas aceleraram depois de a China ter igualado o grande aumento dos direitos aduaneiros anunciado por Trump na quarta-feira da semana passada, fazendo subir a parada numa guerra comercial que poderá terminar com uma recessão da economia mundial.

Mesmo um relatório melhor do que o esperado sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, divulgado na sexta-feira, que normalmente se assume como o destaque económico de cada mês, não foi suficiente para suster a queda dos mercados. Todas as acções das 500 empresas do índice S&P 500, excepto 14, caíram na sexta-feira.

A resposta da China às tarifas norte-americanas provocou uma aceleração imediata das perdas nos mercados mundiais. O Ministério do Comércio de Pequim anunciou que irá responder às tarifas de 34 por cento impostas pelos EUA sobre as importações da China com a sua própria tarifa de 34 por cento sobre as importações de todos os produtos norte-americanos a partir de 10 de abril, entre outras medidas.

Os Estados Unidos e a China são as duas maiores economias do mundo. Trump anunciou na quarta-feira que vai impor tarifas a países de todo o mundo. Sobre as taxas, o Presidente dos EUA disse que “vão trazer um crescimento como nunca se viu” e “mais rápido do que se pensa”.

No caso da UE, Trump referiu que a tarifa será de 20 por cento, uma vez que, segundo explicou, o bloco europeu tributa os produtos norte-americanos em 39 por cento, em média, enquanto a Coreia do Sul, por exemplo, os tributa em quase 50 por cento, em média. As tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos sul-coreanos serão de 26 por cento.

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