China / ÁsiaChina | Anunciado plano para “impulsionar vigorosamente” gastos Hoje Macau - 18 Mar 2025 A China anunciou ontem um plano para revitalizar o consumo interno, numa altura em que Pequim luta para promover a confiança dos consumidores e combater as pressões deflacionistas na segunda maior economia do mundo. O Governo vai “impulsionar vigorosamente o consumo” e “expandir a procura interna em todas as direcções”, apontou a agência noticiosa oficial Xinhua, fazendo eco do apelo do Presidente chinês, Xi Jinping, no final do ano passado, para que os decisores políticos passassem a apoiar a procura, na sequência de um impulso sustentado para impulsionar a indústria. O plano do Conselho de Estado (Executivo) centrar-se-á no aumento dos rendimentos, na estabilização do sector imobiliário e do mercado bolsista e na melhoria dos serviços médicos e de pensões, embora os responsáveis políticos tenham fornecido poucos pormenores sobre as despesas fiscais, durante uma conferência de imprensa em Pequim. Durante a conferência, as autoridades repetiram em grande parte os números publicados no orçamento anual na semana passada durante a sessão plenária da Assembleia Popular Nacional, onde os delegados reafirmaram o consumo como prioridade máxima. O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 0,8 por cento, enquanto os futuros do petróleo Brent, a referência internacional do petróleo, subiram 0,6por cento para 71 dólares por barril. O índice CSI 300 da China continental, que reúne as maiores empresas cotadas em Xangai e Shenzhen, encerrou com uma queda de 0,2 por cento. Os gastos dos consumidores na China permanecem fracos desde o fim da pandemia da covid-19, há mais de dois anos, uma vez que as famílias se mantêm cautelosas com as despesas. Os preços no consumidor registaram deflação em Fevereiro, embora a leitura tenha sido afectada pelo feriado do Ano Novo Lunar. O abrandamento do vasto sector imobiliário da China, em parte impulsionado por uma iniciativa de desalavancagem do Governo e que já vai no seu quarto ano, também reavivou os apelos dos economistas para o reforço da procura interna. Novos alvos Em Setembro passado, os decisores políticos revelaram um pacote há muito aguardado para apoiar a economia, mas as medidas centraram-se sobretudo nos mercados bolsistas. O novo plano de consumo inclui promessas de aumento do salário mínimo, reforço do apoio à educação e criação de um sistema de subsídios para a guarda de crianças, uma questão premente, uma vez que a população da China está a diminuir há três anos consecutivos. Lynn Song, economista-chefe do banco holandês ING para a Grande China, escreveu que o plano coloca “uma ênfase considerável no aumento da capacidade e da vontade de consumo das famílias” e poderá “ajudar a transição económica da China para um modelo de crescimento orientado para o consumo”. Os dados divulgados na segunda-feira também mostraram que a produção industrial cresceu 5,9 por cento em termos homólogos nos primeiros dois meses de 2025, abrandando em relação aos 6,2por cento registados em Dezembro, mas superando as expectativas dos analistas de um aumento de 5,3 por cento. O novo pacote de medidas irá também promover o consumo “interno”. Pequim alargou a isenção de vistos a dezenas de países no ano passado, num esforço para relançar o turismo internacional após a pandemia.