Shenzhen, cidade do sudeste da China que concentra várias gigantes tecnológicas do país, anunciou ontem que vai investir 160 mil milhões de yuan em tecnologia, ao longo de 2025.
O montante será gasto em “infra-estruturas de novo tipo”, para permitir à cidade “competir plenamente” em sectores emergentes, como a inteligência artificial (IA), disse o presidente da Câmara de Shenzhen, Qin Weizhong, na cimeira anual do governo local, que começou na terça-feira.
O relatório apresentado pelo autarca coloca a meta de crescimento económico para este ano em 5,5 por cento, junto com outros objectivos, como a criação de 200 mil novos postos de trabalho. Shenzhen faz parte do projecto da Área da Grande Baía – uma metrópole mundial, construída a partir de Hong Kong e Macau, e nove cidades da província de Guangdong, através da criação de um mercado único e da crescente conectividade entre as vias rodoviárias, ferroviárias e marítimas.
Guangdong estipulou como meta crescer 5 por cento este ano, apesar de nos últimos três anos não ter atingido os seus objectivos, no contexto de um abrandamento da economia chinesa, e apesar de ser a província chinesa que mais exporta.
A cidade de Shenzhen enfrenta crescente competição de outros grandes centros tecnológicos chineses, incluindo Hangzhou, que é sede de empresas emergentes como a plataforma de IA DeepSeek e a empresa de robótica Unitree.
Outrora uma aldeia piscatória situada na fronteira com Hong Kong, Shenzhen tornou-se uma base global para o fabrico de produtos electrónicos e sede das principais firmas tecnológicas do país, como o grupo de telecomunicações Huawei, a fabricante de automóveis eléctricos BYD ou o gigante da Internet Tencent, após a China abrir à economia de mercado, nos anos 1980.