Pequim ultrapassa Washington no número de cientistas de topo

A China ultrapassou nos últimos anos pela primeira vez os Estados Unidos em número de peritos de alto nível na área da ciência e tecnologia, de acordo com um estudo de uma instituição chinesa.

A análise, elaborada pela unidade de investigação Dongbi, incluiu dados relativos ao período entre 2020 e 2024 e revelou que o número de cientistas de topo na China aumentou, enquanto o número nos Estados Unidos diminuiu.

A equipa responsável pelo relatório recolheu uma amostra de mais de 40.000 artigos científicos altamente citados, publicados entre 2020 e 2024 em 129 revistas académicas internacionais de topo numa série de disciplinas, extraindo depois informações sobre os autores.

Wu Dengsheng, fundador da Dongbi Data e professor na faculdade de administração da Universidade de Shenzhen, disse que a análise mostrou o quanto o sector está a mudar em todo o mundo. “Nos últimos cinco anos, o panorama global do talento científico e tecnológico de alto nível sofreu profundas alterações”, afirmou Wu.

“A China e os EUA estão a dominar de forma consistente, mas com tendências diametralmente opostas”, apontou. A Academia Chinesa de Ciências, a maior organização científica do mundo, com mais de 100 institutos em toda a China, encabeçou a lista com 3.615 cientistas de topo. Este número é muito superior ao da Universidade de Harvard, com 1.683, e ao da Universidade de Stanford, com 1.208.

Mudanças visíveis

As conclusões do relatório, juntamente com os resultados de outras análises semelhantes, apontam para uma mudança na força científica entre os EUA e a China nos últimos anos.

De acordo com um relatório publicado em 2023 pelo Instituto de Informação Científica e Técnica da China, sob a tutela do Ministério da Ciência e Tecnologia, a China contribuiu com quase um terço dos artigos académicos publicados nas revistas internacionais mais influentes em 2022.

Foi a primeira vez que a China ultrapassou os EUA para assegurar a primeira posição a nível mundial. Na última edição da Nature – uma das mais antigas e prestigiadas revistas científicas – publicada a 8 de Janeiro, quase metade dos estudos incluía trabalhos de investigadores de etnia chinesa.

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