Brasil | Pequim protege direitos laborais após alegações contra a BYD

A diplomacia chinesa afirmou ontem que o país “atribui grande importância à protecção dos direitos e interesses legítimos dos trabalhadores”, após a fabricante de automóveis BYD ser acusada no Brasil de manter 163 trabalhadores em condições análogas à escravatura.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, disse em conferência de imprensa que Pequim “sempre exigiu que as empresas financiadas pela China operem de acordo com as leis e regulamentos”.

“A China está disposta a continuar a trabalhar com a parte brasileira para reforçar os intercâmbios e a cooperação”, afirmou Guo Jiakun. A cooperação deve ser efectuada “com base no princípio da igualdade e do benefício mútuo e de uma cooperação vantajosa para ambos os lados”, acrescentou o porta-voz.

O grupo chinês BYD declarou recentemente em comunicado que “não tolera o desrespeito pela lei brasileira e pela dignidade humana” e assegurou que vai garantir os direitos dos trabalhadores, que estavam a trabalhar na construção de uma nova fábrica de automóveis no município de Camaçari, no estado da Bahia.

A empresa chinesa, que está estabelecida no Brasil há 10 anos, reiterou o seu compromisso com a protecção dos direitos dos trabalhadores e garantiu que está a cooperar com os órgãos competentes.

Os 163 trabalhadores resgatados, todos de nacionalidade chinesa, viviam e trabalhavam em condições que as autoridades brasileiras qualificaram de “trabalho forçado”. A fábrica da BYD em Camaçari está na fase final de construção e deverá começar a produzir veículos no Brasil a partir do próximo mês de Março.

A instalação será a maior e mais avançada da BYD fora da China e deverá produzir 150.000 veículos eléctricos até ao final de 2025.

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