Eça de Queiroz homenageado antes de trasladação para o Panteão Nacional

A Fundação Eça de Queiroz promoveu este fim-de-semana uma série de eventos dedicados ao autor de “Os Maias”, antecipando a cerimónia de concessão de honras de Panteão Nacional ao escritor, que terá lugar em Lisboa na próxima quarta-feira.

Os eventos decorreram na Casa de Tormes, em Santa Cruz do Douro, Baião, local que inspirou o romance “A Cidade e as Serras”. O programa incluiu sessões evocativas da vida e obra de Eça, uma oficina de escrita de ficção conduzida por Filipa Melo, o anúncio dos vencedores das bolsas de Residência Literária, visitas guiadas gratuitas com exibição de manuscritos e desenhos raros, e um jantar-tertúlia com o escritor Mário Cláudio.

A urna contendo os restos mortais do escritor esteve ontem em câmara-ardente no átrio principal da Casa de Tormes, junto a objectos pessoais, como a secretária onde escrevia. A Fundação considera este momento “simbólico e solene”, marcando a despedida do escritor antes da sua partida para Lisboa.
O Movimento de Cidadãos Baionenses, que se opõe à trasladação, realizou uma concentração em frente à Casa de Tormes.

Entre terras

A decisão de trasladar os restos mortais de Eça de Queiroz para o Panteão Nacional foi aprovada pelo Parlamento em 2021, reconhecendo o impacto da sua obra na literatura portuguesa. O processo enfrentou resistência de um grupo de bisnetos do autor, mas, após várias decisões judiciais, o Supremo Tribunal Administrativo autorizou a trasladação em Janeiro de 2024.

Eça de Queiroz nasceu na Póvoa de Varzim em 1845 e faleceu em 1900. Inicialmente sepultado em Lisboa, os seus restos mortais foram trasladados em 1989 para um jazigo de família em Baião. A sua vasta obra, que inclui títulos como “O Primo Basílio”, “O Crime do Padre Amaro” e “A Relíquia”, é amplamente reconhecida como um marco na literatura portuguesa.

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