Austrália enaltece esforços de Pequim para estimular economia

O responsável pelo Tesouro australiano saudou na sexta-feira os esforços da China para estimular a economia, cujo abrandamento “é prejudicial” para a Austrália, fornecedor de várias matérias-primas para o país asiático.

Jim Chalmers terminou, em Pequim, a primeira visita de um funcionário australiano de nível ministerial à China em sete anos, sinalizando uma melhoria nas relações bilaterais. Na capital chinesa, Chalmers afirmou que a economia australiana está a abrandar devido à incerteza económica global, às elevadas taxas de juro e ao abrandamento da economia da China.

“Quando são tomadas medidas para impulsionar a actividade económica e o crescimento da economia chinesa, sujeitas aos pormenores que serão divulgados atempadamente, consideramos que se trata de um desenvolvimento muito, muito bom para a Austrália”, adiantou.

A China é o maior comprador das exportações mais lucrativas da Austrália: minério de ferro e carvão.

“A nossa resiliência e prosperidade estão intimamente ligadas à economia da China e à economia global”, escreveu Chalmers num artigo de opinião publicado no jornal The Australian. O político australiano referiu que o seu departamento prevê que o crescimento económico anual chinês seja inferior a 5 por cento nos próximos três anos, a expansão mais fraca desde o final dos anos de 1970.

Durante a estada em Pequim, as duas partes reuniram-se no âmbito do Diálogo Económico Estratégico Austrália-China, reavivando as conversações outrora anuais destinadas a aumentar o comércio e o investimento, depois de um hiato de sete anos.

Em 2020, a China introduziu uma série de proibições comerciais oficiais e não oficiais sobre matérias-primas australianas, incluindo o carvão, o que custou aos exportadores australianos mais de 20 mil milhões de dólares australianos por ano.

O comércio bilateral atingiu um recorde de 327 mil milhões de dólares australianos, no ano passado, mais do dobro do valor registado em 2015, quando foi celebrado um acordo de comércio livre.

Oxigénio financeiro

No início desta semana, a China anunciou uma série de novas medidas para impulsionar a economia e reanimar o sector imobiliário em dificuldades. O banco central reduziu o rácio de reservas obrigatórias dos bancos em 0,5 por cento, permitindo uma injecção de um bilião de yuan nos mercados financeiros.

Também reduziu as taxas de juro dos empréstimos aos bancos comerciais e reduziu os pagamentos mínimos de entrada para algumas hipotecas.

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