Luso-angolano Lázaro Oliveira pede mais ambição para continuar na seleção de Macau

O treinador luso-angolano Lázaro Oliveira, cujo contrato com a Associação de Futebol de Macau termina este mês, pediu mais ambição, após a seleção ser eliminada da qualificação para a Taça Asiática de 2027.

“Temos que aceitar que, depois da pandemia, Macau caiu para o fundo do futebol asiático”, disse Oliveira, na conferência de imprensa após a derrota por 0–1 com o Brunei, em casa, na segunda mão do play-off.

Macau foi das últimas seleções de futebol a regressar aos jogos, em março de 2023, depois de uma pausa de quase quatro anos imposta pela política de ‘zero covid’, que incluía a restrição das entradas e quarentenas que chegaram a ser de 28 dias.

A equipa “tem de jogar mais vezes”, defendeu Oliveira, sublinhando que, nos últimos 12 meses, Macau apenas disputou duas partidas oficiais, em outubro de 2023.

No final de agosto, a FIFA confirmou a exclusão de cinco jogadores portugueses por não possuírem passaporte. Apenas os cidadãos chineses com estatuto de residente permanente em Macau podem obter um passaporte do território.

A decisão impediu o capitão, o luso-sul-africano Nicholas Torrão, Filipe Duarte, formado no Benfica e antigo internacional jovem por Portugal, o central Vítor Almeida e o avançado Iuri Kaewchang Capelo de jogarem contra Brunei.

Lázaro Oliveira voltou a lamentar a exclusão dos portugueses, mas sublinhou que isso deu oportunidade a vários jovens da equipa de sub–21 de se estrearem pela seleção. “Eles são o futuro de Macau, mas para elevar o nível competitivo, eles precisam de competir, de ganhar experiência”, disse o treinador.

Oliveira assinou contrato como selecionador em outubro de 2019, mas regressou a Portugal em março de 2020. Depois só conseguiu voltar a Macau após a região ter abandonado, em meados de dezembro de 2022, a política de ‘zero covid’.

“O meu contrato termina este mês e tenho de falar com a minha família e com a Associação. Temos de ter melhores condições. Se o objetivo é continuar a fazer uns jogos de vez em quando, terei de pensar no futuro”, explicou o luso-angolano.

Após uma vitória por 3-0 na primeira mão, o Brunei segue para a terceira ronda, em busca de uma qualificação inédita para a Taça Asiática de 2027, a disputar na Arábia Saudita.

O selecionador interino, Jamie McAllister, que sucedeu ao português Rui Capela, disse na conferência de imprensa estar “muito orgulhoso” pelo Brunei ter conseguido cinco vitórias consecutivas, pela primeira vez na sua história.

O escocês sublinhou que a vitória no play-off já é “uma enorme conquista”, mas garantiu que a seleção do sudeste asiático vai “dar tudo” na próxima ronda, uma fase de grupos, cujos jogos arrancam em março.

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