Inflação | Aceleração em Julho após quatro meses lentos

As refeições compradas fora de casa foram um dos factores que mais contribuiu para o aumento do ritmo de crescimento dos preços. Também o aumento das propinas fez com que a vida se tornasse mais cara no mês passado

 

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) subiu 0,82 por cento em Julho, em termos anuais, após quatro meses consecutivos de abrandamento, sobretudo devido às refeições adquiridas fora de casa, foi anunciado na sexta-feira. Em Junho, o IPC tinha aumentado 0,64 por cento em termos anuais.

De acordo com dados oficiais divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a principal razão para a aceleração foi um aumento de 2,1 por cento no custo das refeições adquiridas fora de casa.

Num comunicado, a DSEC justificou a aceleração com uma subida de 5 por cento nos custos da educação, com os dados a mostrarem que as propinas do ensino superior cresceram 8,5 por cento. Além disso, o preço da gasolina e gasóleo para automóveis aumentou 5,9 por cento e os gastos com gás natural e electricidade subiram 4,4 por cento e 0,7 por cento, respectivamente.

Por outro lado, as despesas com hipotecas de apartamentos subiram 0,4 por cento. Isto depois da Assembleia Legislativa de Macau ter aprovado, a 18 de Abril, o fim de vários impostos sobre a aquisição de habitações, para “aumentar a liquidez” no mercado imobiliário, defendeu na altura o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong.

O grande parceiro

Com o aumento do número de visitantes, a região registou um acréscimo de 16,6 por cento no preço das joias, relógios e produtos feitos de ouro.

Pelo contrário, os dados oficiais mostram uma queda de 15,6 por cento no preço da carne de porco, a mais popular entre os consumidores chineses. Com a progressiva retoma das ligações aéreas, Macau registou uma diminuição de 20,2 por cento no preço dos bilhetes de avião.

Os voos directos regulares entre Macau e Xi’an, capital da província de Shaanxi, no noroeste da China, recomeçaram em 20 de Agosto, pela primeira vez desde o fim da pandemia da covid-19. O IPC da China continental, de longe o maior parceiro comercial de Macau, subiu 0,5 por cento em Julho.

Foi o sexto mês consecutivo em que a China registou inflação em termos anuais, depois de, entre o final de 2023 e o início deste ano, ter registado uma tendência deflacionária, durante quatro meses.

A deflação reflecte debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravosa, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.

Macau registou deflação durante 10 meses consecutivos, entre Setembro de 2020 e Junho de 2021, no pico da crise económica causada pela pandemia.

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