Obras Ilegais | Demolições voluntárias atingem novo recorde

Um total de 129 obras ilegais foram demolidas voluntariamente pelos donos, um recorde de acordo com os dados da Direcção de Serviços de Solos e Construção Urbana. Também o número de processos instaurados, foi o mais alto desde 2019

 

No ano passado, cerca de 129 obras ilegais foram destruídas voluntariamente pelos proprietários, de acordo com os dados revelados ontem pela Direcção de Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU). Este é o número mais elevado desde 2019 e mostra um aumento de 32 por cento por cento face a 2022.

Segundo os dados publicados ontem pela DSSCU, apesar do impacto da pandemia, dos testes em massa e de períodos em que as autoridades consideravam que apenas era legal sair de casa para fazer compras de primeira necessidade, em 2022 foram demolidas voluntariamente 98 obras ilegais. O valor revela um crescimento face a 2021, quando tinha havido 78 demolições voluntárias e 2020, quando as demolições foram 75.

No entanto, antes da pandemia, em 2019, o número de demolições tinha atingido as 90 ocorrências. Os dados publicados ontem pela DSSCU têm como último ano de referência 2019, pelo que não permitem comparações com períodos anteriores. No ano passado, também se bateu o recorde de processos instaurados devido a obras ilegais com um total de 1.114 processos.

Segundo a DSSCU, até ao ano passado, o maior número de processos tinha sido instaurado em 2019, com um registo de 1.102 casos. Contudo, durante os anos da pandemia, houve uma redução dos processos instaurados com 869 em 2020, 834 em 2021 e 723 em 2022.

Notificações e Arquivamentos

No pólo oposto, no ano passado registou-se o menor número de processos em que os envolvidos foram notificados com uma decisão final.

A notificação final significa que os infractores são avisados pela DSSCU da necessidade de demolirem as obras ilegais e reporem a normalidade da situação, dentro do prazo indicado. Se ignorarem a notificação, a DSSCU avança para as obras de demolição e apresenta as contas aos proprietários.

No ano passado, apenas 17 casos resultaram na notificação final, em comparação com os 47 casos de 2022. Antes disso, em 2021, registaram-se 67 ocorrências com notificação final, uma subida face a 2020, quando 37 processos tiveram este desfecho. Em 2019, o número foi de 53 notificações.

Além destes processos, houve ainda 45 arquivamentos no ano passado. O arquivamento é a fase em que se considera que as questões com as obras ilegais estão resolvidas e que foi feita a demolição, quer por iniciativa da DSSCU quer pelos infractores.

O número de arquivamentos no ano passado foi o mais baixo desde 2019, aproximando-se do registo de 2022, quando se contabilizaram 48 arquivamentos. O maior número foi alcançado em 2021, com 70 arquivamentos, enquanto em 2020 e 2019 se registaram 66 e 63 arquivamentos, respectivamente.

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Cheang Siu Chau
Cheang Siu Chau
27 Jan 2024 08:00

Essas construções ilegais, que têm sido construídas principalmente nos terraços dos edifícios pelos proprietários das fracções autónomas superiores, existiam há muito tempo e a maior parte delas existiam antes de 1999. Naquela altura, em todas as zonas da cidade, havia um funcionário fiscal responsável para as construções com licença, ou seja, o fiscal responsável pela área devia não só verificar, mas também detectar obras de edifícios, independentemente de terem ou não licenciamento. Qualquer obra de construção exige materiais e tempo, e nem é preciso dizer que há trabalhadores envolvidos. Materiais colocados junto à porta principal do edifício, e levados repetidamente… Ler mais »

Cheang Siu Chau
Cheang Siu Chau
27 Jan 2024 10:10

Portanto, quanto mais frequentemente as autoridades publicam os números dessas construções ilegais que foram demolidas ou vão ser demolidas, mais isso reflecte a escala horrenda de violações da lei que ocorreram no passado. Basta multiplicar o número que você pensa sobre essas construções ilegais pelo suborno imaginário que foi pago por cada construção, você teria uma ideia de quão grande e quão alarmante algo muito errado ocorreu em um aspecto específico de um setor de serviços públicos, e não importa outros aspectos para o bem da sua serenidade.

Cheang Siu Chau
Cheang Siu Chau
27 Jan 2024 17:38

Recordo-vos que o mais notório e prolífico culpado de corrupção em Macau de todos os tempos é um macaense e ainda está foragido. Se não aprendermos com as lições do passado, estaremos apenas nos enganando para superar todos os erros. Em nome da justiça, e pelo bem do nosso futuro, devemos fazer o nosso melhor para corrigir o que está errado e capturar os culpados envolvidos ao longo dos anos, a fim de aprender e mostrar às próximas gerações que a honestidade prevalece contra a ganância, e a lealdade é uma obrigação para o cumprimento das funções e dos princípios… Ler mais »