Myanmar | Junta militar amnistia 9.700 prisioneiros, incluindo 114 estrangeiros

A junta militar no poder em Myanmar anunciou ontem uma amnistia para 9.766 prisioneiros, incluindo 114 estrangeiros, em várias prisões do país por ocasião do Dia da Independência.

As autoridades anunciaram a medida, comum nas principais festividades de Myanmar, num decreto no qual especificaram que os estrangeiros serão deportados, informou a agência de notícias independente birmanesa Khit Thit.

Não se sabe ainda se a medida beneficia algum dos mais de 19 mil presos políticos do país, entre os quais Aung San Suu Kyi, de 78 anos, detida a 1 de Fevereiro de 2021, quando os militares tomaram o poder. Suu Kyi está a cumprir penas de prisão que totalizam 27 anos depois de ter sido condenada por ter recebido subornos no valor de milhares de euros, algo que os apoiantes dizem ter sido inventadas para a desacreditar.

As autoridades de Myanmar anunciam frequentemente amnistias de prisioneiros em dias de celebrações nacionais. Em Maio, foram libertados dois mil presos políticos durante um feriado budista. A propósito do 75.º aniversário da independência, o Conselho de Segurança da ONU, a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, apelaram à junta militar liderada por Min Aung Hlaing para libertar todos os presos políticos e ao fim da violência.

No entanto, Min Aung Hlaing recebeu algumas felicitações, como as do Presidente russo, Vladimir Putin, e do rei cambojano, Norodom Sihamoni, avançou ontem o jornal oficial Global New Light of Myanmar.

Myanmar tem estado em turbulência desde a tomada do poder pelo exército em 2021, o que levou a protestos pacíficos em todo o país que a junta militar reprimiu com recurso à violência, desencadeando uma resistência armada generalizada que alguns responsáveis da ONU caracterizaram como guerra civil.

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