SociedadeIntercâmbio | Mandarim é necessidade para brasileiros Hoje Macau - 20 Nov 202320 Nov 2023 O director do Instituto Confúcio da Universidade Estadual Paulista defende que aprender mandarim é “uma necessidade” no Brasil, devido aos crescentes laços comerciais. António Paulino foi um dos 240 convidados do Fórum de Intercâmbio e Aprendizagem Mútua entre as civilizações da China e dos Países de Língua Portuguesa, que terminou ontem “Aprender chinês deixou de ser uma curiosidade e passou a ser uma necessidade para quem quer ter sucesso no mundo do futuro, sobretudo para os brasileiros”, disse o director do Instituto Confúcio da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Luis António Paulino. O académico lembrou que a China é, desde 2009, o principal parceiro comercial brasileiro e o Brasil é o maior parceiro comercial da China na América Latina. Paulino afirmou que os crescentes laços bilaterais têm levado a que cada vez mais brasileiros se interessem pela língua chinesa. O Instituto Confúcio da Unesp, criado em 2008, já ensinou mandarim a 28 mil estudantes, acrescentou. Numa sessão do Fórum de Intercâmbio e Aprendizagem Mútua entre as civilizações da China e dos Países de Língua Portuguesa, o professor sublinhou que também os jovens chineses têm demonstrado maior interesse pelo Brasil. Futuro maravilhoso “Na última década tem-se sentido uma febre de português na China e febre de chinês nos países de língua portuguesa”, disse o director da Academia Chinesa de História, na cerimónia de abertura do fórum. Gao Xiang sublinhou que “mais de 60 universidades chinesas” têm licenciaturas em áreas como língua e cultura portuguesas e tradução português-chinês, ao mesmo tempo que existem delegações do Instituto Confúcio em oito países lusófonos. O historiador defendeu que o evento enquanto oportunidade para “explorar o estabelecimento de uma plataforma e de um mecanismo permanente de intercâmbio cultural e de aprendizagem mútua” entre a China e os países de língua portuguesa. “A criação conjunta de um futuro maravilhoso” precisa de “intercâmbios culturais e a compreensão mútua das civilizações”, acrescentou Gao. Mais de 240 convidados e académicos da China e dos países de língua portuguesa, incluindo Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, participaram no fórum, que terminou ontem. O evento foi organizado pela Academia Chinesa de História, o Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau, o Gabinete de Ligação do Governo Popular Central em Macau, a Fundação Macau e a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. O Instituto Confúcio, sob a tutela de uma agência governamental chinesa, estabelece delegações directamente em escolas e ‘campus’ universitários no estrangeiro para promover o ensino do mandarim e a cultura chinesa. Em Portugal, o instituto garante cursos livres de mandarim em cinco universidades portuguesas: Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa e Minho. O Instituto Confúcio tem também delegações em várias universidades do Brasil, Angola, Moçambique, nas Universidades de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde.