Chinesa Huaxin passa a liderar Cimentos de Moçambique

A chinesa Huaxin, que opera 300 filiais em 10 países, vai passar a liderar a empresa Cimentos de Moçambique, segundo informação do negócio de compra publicado pela Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC) moçambicana.

De acordo com a deliberação de não oposição da ARC à concentração de actividade em causa está a aquisição pela Huaxin Cement, através de uma subsidiária (grupo Huaxin Hong Kong), de 100 por cento das participações detidas pela espanhola InterCement Company, que por sua vez detém participações em empresas sul-africanas e moçambicanas, incluindo, através da Natal Portland Cement (NPC), 95,74 por cento da Cimentos de Moçambique.

A Cimentos de Moçambique tem como actividade o fabrico e venda de cimento e detém 100 por cento do capital social das empresas Cimentos de Nacala e Cimebetão Moçambique, além de 3 por cento na Sociedade de Desenvolvimento do Corredor de Maputo (concessionária do transporte e logística no sul do país).

Segundo a deliberação da ARC, que não refere valores envolvidos no negócio, a Huaxin Hong Kong é uma subsidiária integralmente detida pela Huaxin, por sua vez constituída na China e com 300 filiais em mais de 10 províncias e cidades chinesas e noutros nove países: Tajiquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Camboja, Nepal, Tanzânia, Zâmbia, Malaui e Omã. O grupo actua nos mercados de fabrico e venda de cimento.

“A Huaxin dedica-se igualmente à fabricação de agregados e betão, actividades de gestão de resíduos, e possui o seu próprio equipamento de pré/coprocessamento de cimentos e resíduos com tecnologia própria”, refere a ARC, acrescentando que o grupo chinês tem ainda experiência no fabrico de sacos de cimento, tijolos, argamassa e produção de betão de desempenho “ultraelevado”, sendo o “primeiro e o principal promotor na China”.

Novas oportunidades

De acordo com a ARC, Moçambique conta actualmente com 16 fábricas de cimento, sendo três do período anterior à independência, da Cimentos de Moçambique, com uma capacidade de produção global instalada de 7.689.500 toneladas por ano. Dessas, nove funcionam na província de Maputo.

No parecer sobre este negócio, a Direcção Nacional de Indústria refere que a materialização de um novo projecto de investimento na Cimentos de Moçambique, em Nacala, “vai possibilitar o surgimento de novos postos de trabalho, a disponibilidade de clínquer, importante matéria-prima para a produção de cimento”, bem como a “redução da dependência externa, resultando assim no aumento da poupança de divisas”.

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