Pequim tenta atrair mais investimento estrangeiro para relançar economia

O executivo da China publicou, no domingo à noite, novas directrizes para “intensificar esforços para atrair investimento estrangeiro”, num momento em que a recuperação pós-pandemia da economia chinesa desacelerou.

De acordo com um comunicado divulgado no portal do Conselho de Estado chinês na Internet, o objectivo das novas orientações é “optimizar ainda mais o ambiente para o investimento estrangeiro”.

As directrizes pretendem “melhorar o equilíbrio geral entre a conjuntura nacional e internacional” e “promover um ambiente empresarial de classe mundial, orientado para o mercado, baseado na lei e internacionalizado”, referiu o executivo chinês.

O Conselho de Estado apelou às empresas para “aproveitarem as vantagens do enorme mercado chinês” e “fazerem mais esforços para atrair e utilizar o investimento estrangeiro e fazê-lo de forma mais eficaz”.

O executivo admitiu que ainda é necessário mais trabalho para garantir que as empresas com investimento estrangeiro serão tratadas como de forma igual às locais, “reforçar a sua protecção” e “fornecer apoio fiscal e tributário”. O comunicado não revelou, no entanto, pormenores sobre as medidas concretas que serão implementadas.

Jogo económico

As empresas estrangeiras presentes na China, principalmente as europeias e norte-americanas, têm nos últimos anos pressionado as autoridades a reduzir os sectores ou actividades proibidas ou restritas ao investimento estrangeiro.

Os governos e instituições da UE têm acusado Pequim de falta de reciprocidade no acesso das empresas europeias ao mercado chinês, alegando ainda que as empresas chinesas desfrutam de subsídios e muito mais liberdade para operar, investir ou comprar entidades na Europa.

Por outro lado, a China alterou, em Julho, a Lei de Contraespionagem para incluir a “colaboração com organizações de espionagem e seus agentes” na categoria de espionagem e proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional.

Em Maio, a polícia chinesa entrou nos escritórios de duas consultoras, a Bain & Co. e Capvision, e de uma empresa de diligência prévia, a Mintz Group.

Estas investigações semearam preocupação no sector e entre potenciais investidores estrangeiros, apesar de Pequim ter defendido de que se tratavam de acções isoladas.

Na quarta-feira, o Presidente dos EUA, Joe Biden, assinou uma ordem executiva que limita o investimento em tecnologias mais avançadas, como a inteligência artificial ou em computação quântica, na China.

Após um início de ano promissor, a recuperação pós-pandemia da economia chinesa tem mostrado sinais de desaceleração, crescendo 6,3 por cento em termos homólogos no segundo trimestre, menos do que o esperado.

O índice de preços ao consumidor, o principal indicador da inflação na China, registou uma queda homóloga, de 0,3 por cento, em Julho, num fenómeno designado como deflação, que reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento.

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