Rollout Dance Film Festival | Curta filmada em Coloane apresentada este domingo

Alice Leão, residente formada em coreografia, propôs a António Sanmarful fazer “Beyond the Edge”, uma curta-metragem que aborda a noção de limites e dos conceitos de prisão e liberdade com uma dança na praia de Hac-Sá, Coloane. O filme estará em cartaz este domingo inserido no programa do Rollout Dance Film Festival

 

É já este domingo que será apresentada a curta-metragem “Beyond the Edge”, da autoria de António Sanmarful e Alice Leão, residente, coreógrafa e actualmente a estudar Interpretação no Reino Unido. “Beyond the Edge” está inserido no programa “Macau Dance Film Pulse II”, onde se inclui um conjunto de curtas-metragens ligadas a Macau e que serão exibidas na Casa Garden.

Ao HM, António Sanmarful, técnico de câmara, relatou o processo criativo por detrás de “Beyond the Edge”, que “não tem propriamente um argumento”. “Nesta fase não faço coisas muito criativas e sentia falta disso, e foi a Alice que me propôs este projecto. Exploramos um pouco as texturas e os ambientes da praia de Hac-Sá, em Coloane. Fomos filmar às quatro ou cinco da manhã para apanhar o nascer do sol, destacando vários elementos, a areia, o mar. Há três músicas a acompanhar os três momentos.”

O objectivo em “Beyond the Edge” é que o público faça a sua própria interpretação. “A ideia é descobrir a floresta pela manhã até encontrar o primeiro obstáculo, que é a impossibilidade de dançar na água. Trabalhamos em torno da ideia de encontrar sempre o limite da floresta, que era ultrapassado, e depois o limite da areia e da água, que já não se ultrapassa. Há coisas que não se ultrapassam na vida”, exemplificou António Sanmarful.

Praia e música

“Beyond the Edge” foi filmado na calada da noite, quando a madrugada termina e um novo dia começa. Antes de trabalhar em coreografia, Alice Leão ouviu músicas que pudessem estar mais ligadas à paisagem de Coloane e da praia de Hac-Sá. No entanto, “durante as filmagens, houve alturas em que me separei da coreografia e permiti-me ter momentos de improvisação”, disse.

Ao preparar a coreografia, Alice Leão estava interessada “na dicotomia da prisão e da liberdade”. Na curta-metragem, “há momentos em que a personagem se sente pequena e mexe-se com calma, mas há alturas em que se sente enorme e dança com mais furor e descontrolo”, frisou.

Acima de tudo, este foi um projecto feito com poucos recursos e com tempo limitado, dada actividade profissional dos dois autores. “Gosto da curta-metragem e é sempre difícil aplicar todas as ideias que temos, pois é tudo feito com os nossos orçamentos e materiais. Acho que experimentámos técnicas e formas de edição diferentes, pois no meu trabalho lido com técnicas mais corporativas. Foi bom termos sido aceites pela direcção do Festival”, concluiu António Sanmarful.

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