Guangzhou confina cinco milhões de pessoas após aumento de casos

O aumento no número de casos de covid-19 resultou no bloqueio parcial de Guangzhou, uma das maiores cidades da China e importante centro industrial, agravando a pressão sobre as cadeias de fornecimento globais.
Residentes em distritos que abrangem quase cinco milhões de pessoas devem permanecer em casa pelo menos até domingo, com um membro de cada família autorizado a sair uma vez por dia para comprar bens de primeira necessidade, disseram ontem as autoridades.
A decisão surge depois de a capital da província de Guangdong, de 13 milhões de habitantes, ter registado mais de 2.500 novos casos entre quarta e quinta-feira.
Muitas escolas em toda a cidade estão a dar aulas via ‘online’ e os estudantes universitários foram impedidos de entrar ou sair dos ‘campus’.
O transporte público foi suspenso e as aulas foram interrompidas em grande parte da cidade. Os voos para Pequim e outras grandes cidades do país foram também cancelados, segundo a imprensa estatal.

Um passo atrás
No total, a China registou 8.824 novos casos entre quarta e quinta-feira, o valor mais elevado desde o final de Abril. Embora este número seja baixo, considerando que a China tem 1,4 mil milhões de habitantes, a escala geográfica do surto constitui um desafio para a estratégia dos ‘zero casos’.
Todas as 31 regiões de nível provincial da China relataram novas infecções, nos últimos dias. Para além de Guangdong, no sudeste, também a província central de Henan e a região autónoma da Mongólia Interior diagnosticaram mais de mil casos entre quarta e quinta-feira. Outras áreas do país relataram várias centenas de novos casos.
A Organização Mundial da Saúde disse, em Maio passado, que a abordagem extrema da China para conter a covid-19 é “insustentável”, devido à natureza altamente infecciosa da variante Ómicron.
Pequim recusou, no entanto, aprovar a importação de vacinas estrangeiras de RNA mensageiro no continente, já permitida nas regiões administrativas especiais chinesas de Macau e Hong Kong desde o início da pandemia.
A taxa de vacinação entre os idosos com inoculações domésticas, menos eficazes na prevenção de morte e doença grave, é de apenas 86 por cento, segundo dados oficiais.

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