China / ÁsiaPresidente da Fosun desce 35 lugares no ranking dos milionários Hoje Macau - 10 Nov 2022 Com uma fortuna agora avaliada em cerca de 5,5 mil milhões de euros, Guo Guangchang, patrão de várias empresas em Portugal teve um ano desastroso, à semelhança de muitos dos seus “colegas” multimilionários O presidente do grupo Fosun, Guo Guangchang, que detém várias empresas em Portugal, caiu 35 lugares na lista dos mais ricos da China, para a 126.ª posição, no pior ano para os multimilionários do país desde 1998. A fortuna pessoal de Guo, 55 anos, fixou-se, em 2022, no equivalente a cerca de 5,5 mil milhões de euros, de acordo com a lista elaborada pela Hurun Report Inc, unidade de investigação sediada em Xangai e considerada a Forbes chinesa. A Fosun, que soma uma dívida equivalente a cerca de 38 mil milhões de euros, desfez-se já de milhares de milhões de euros em activos este ano, à medida que enfrenta crescentes dificuldades de financiamento nos mercados chinês e internacional. As acções da Fosun International Limited, a principal unidade do grupo cotada na Bolsa de Valores de Hong Kong, afundaram mais de 40 por cento, nos últimos 12 meses. A Fosun realizou, nos últimos dez anos, uma série de aquisições além-fronteiras, adquirindo em Portugal a seguradora Fidelidade, uma participação de quase 30 por cento no banco Millennium BCP e mais de 5 por cento da REN – Redes Energéticas Nacionais. Segundo a lista da Hurun, difundida ontem, o número de multimilionários na China registou, em 2022, a maior queda em 24 anos, reflectindo o impacto da política de ‘zero casos’ de covid-19 e a crise no sector imobiliário. De acordo com este ‘ranking’, 1.305 pessoas na China têm agora uma fortuna estimada em pelo menos 5 mil milhões de yuans, uma queda de 11 por cento, em relação ao ano passado. A fortuna acumulada dos multimilionários chineses é equivalente a cerca de 3,5 biliões de euros, uma queda homóloga de 18 por cento, o que representa também a maior descida homóloga dos últimos 24 anos. O preço a pagar A China é um dos últimos países do mundo a manter rigorosas medidas de prevenção epidémica. Os repetidos bloqueios de bairros, distritos e cidades inteiras implicam uma interrupção das cadeias de produção e abastecimento e do comércio, travando a actividade económica. Os multimilionários chineses também sofreram no mercado de acções, face a uma campanha regulatória lançada por Pequim no sector da tecnologia, as incertezas ligadas à guerra na Ucrânia e a subida das taxas de juro pela Reserva Federal dos Estados Unidos. A fortuna pessoal de Yang Huiyan, que dirige o grupo imobiliário Country Garden Holding, registou a maior perda, no valor equivalente a 15,7 mil milhões de euros. O chinês mais rico continua a ser Zhong Shanshan, fundador da empresa de água engarrafada Nongfu Spring, que viu a sua fortuna aumentar em 17 por cento, para 65 mil milhões de euros. Quase 300 chineses que, no ano passado, estavam nesta lista, deixaram de estar. A maioria pertence ao sector imobiliário, que enfrenta uma crise de liquidez. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia chinesa cresça 3,2 por cento, este ano, o que seria o ritmo mais fraco das últimas quatro décadas, excluindo 2020, o ano em que a pandemia da covid-19 começou.