EventosCinema | Documentário sobre Anthony Bourdain abre festival Andreia Sofia Silva - 8 Set 2022 DR O Festival Internacional de Documentários de Macau começa no dia 16 de Setembro com a apresentação de “Roadrunner: A Film About Anthony Bourdain”. O documentário que estreou no ano passado centra-se na vida e carreira do conhecido chefe de cozinha, crítico gastronómico e apresentador de televisão que correu o mundo, incluindo Macau, a mostrar iguarias Um documentário sobre a vida e carreira de Anthony Bourdain, o famoso chef, crítico gastronómico e apresentador de televisão é a aposta para a abertura da sexta edição do Festival Internacional de Documentários de Macau (MOIDF, na sigla inglesa), que arranca no dia 16 de Setembro, sexta-feira. O evento, organizado pela Associação de Arte e Cultura – Comuna de Han-Ian conta com documentários de vários países e decorre até ao dia 10 de Outubro, sempre com exibições nos cinemas CVG do NOVA Mall, na Taipa. O filme realizado por Morgan Neville, intitulado “Roadrunner: A Film About Anthony Bourdain” revela um lado íntimo do autor, já falecido, fora dos ecrãs. O chefe de cozinha, que chegou a filmar um episódio do programa “No Reservations” em Macau, revelando os segredos da cozinha cantonense e macaense, teve uma vida cheia de altos e baixos, marcada pelo sucesso, mas também por alguma instabilidade emocional e consumo de drogas. A vida de pessoal de Bourdain, que cometeu suicídio, é aqui revelada através de testemunhos da ex-mulher, amigos e colegas, num documentário que convida à reflexão sobre o contraste entre o lado pessoal e público na vida de uma celebridade. No dia seguinte, dia 17, “Roadrunner: A Film About Anthony Bourdain” volta a ser exibido, fazendo-se acompanhar pelas películas “Boiling Point”, de Philip Barantini, que relata a vida de um outro chefe de cozinha, Andy Jones, que trabalha num dos melhores restaurantes de Londres, mas que se debate com problemas de dívidas e uma vida pessoal caótica, um pouco à semelhança das vivências de Bourdain. No mesmo dia é também exibido “Flee”, um documentário de animação com a assinatura de Jonas Pooher Rasmussen que retrata a vida de Amin Nawabi, um académico de 36 anos que vive há 20 anos com um segredo, o facto de ter sido uma criança refugiada do Afeganistão. Aposta local Com o tema “Outsider”, o Festival Internacional de Documentários de Macau propõe na sexta edição mostrar vivências de pessoas que estão à margem da sociedade. O cartaz aposta também na língua portuguesa com a secção “Sabor de Português” que inclui o filme experimental “Super Natural”, de Jorge Jácome, exibido dia 23 deste mês. No dia 26 de Setembro será apresentado “O Território”, um documentário de Alex Pritz focado na luta entre os últimos membros da tribo indígena Uru-eu-wau-wau e os agricultores que, apoiados pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro, pretendem explorar as suas terras, destruindo aos poucos o habitat natural da tribo. O cartaz do MOIDF inclui ainda uma secção destinada a apresentar o que de melhor se faz na área do documentário em Macau. Desta forma, os filmes da primeira edição da Competição e Exibição do Documentário de Macau serão exibidos nos dias 21 e 28, tal como as películas “The Lily Yet to Bloom (Director’s Cut)” e “21 Hours”. O primeiro, da autoria de Lei Cheok Mei, conta a relação da realizadora com a sua mãe, croupier num casino, uma profissão que, devido às constantes mudanças de horário, alterou por completo as rotinas e, sobretudo, as relações familiares. Lei Cheok Mei é de Macau e formou-se em cinema e realização na Universidade de Taipei. Por sua vez, “21 Horas” conta a vida diária dos estudantes transfronteiriços que todos os dias têm de passar a fronteira entre Macau e Zhuhai, o que lhes retira cerca de três horas ao dia, restando apenas 21 horas para as restantes actividades. O facto de viverem entre um lado e outro traz aos alunos uma diferença social e cultural e problemas de identidade, que são espelhados no filme. “21 Horas” conta com a assinatura de Kyla Liang, nascida em Zhuhai em 2001 e estudante de comunicação na Universidade de Macau. O “MOIDF”, além de mostrar alguns filmes oriundos da Coreia do Sul, traz também a secção “Realizador em Foco”, com a aposta no trabalho de Zhou Hao, realizador chinês conhecido por mostrar nos seus filmes diferentes perspectivas da sociedade do país. Serão exibidos alguns filmes do realizador, como “O Presidente da Câmara Chinesa” e “Algodão e Uso”. Para culminar o ciclo dedicado ao cineasta, o próprio Zhou Hao irá protagonizar uma masterclass que visa a interacção com o público local.