Máscaras normais podem voltar amanhã, assim como negociação para abrir fronteira

Se Macau continuar sem infecções de covid-19 na comunidade, a partir de amanhã, as máscaras do tipo KN95 podem deixar de ser obrigatórias e as lojas em centros comerciais reabrir. Seguindo os padrões nacionais, se Macau continuar sem casos positivos amanhã, a reabertura de fronteiras pode ser negociada. Deixaram de existir zonas vermelhas

 

A partir de sábado, as lojas dos centros comerciais, ou estabelecimentos sem portas abertas para a rua, podem voltar a abrir, assim como podem ser retomadas as obras de remodelação de apartamentos e espaços interiores. Para tal acontecer, será necessário a manutenção de zero casos na comunidade, de acordo com as declarações de ontem da médica Leong Iek Hou, coordenadora do núcleo de prevenção e controle de doenças transmissíveis.

“Nesses três dias de consolidação prolongada [que começa amanhã] estamos esperançados que poderemos abrir lojas nos centros comerciais. Vão poder passar a operar também os trabalhos de remodelações de casas e espaços interiores e creio que mais estabelecimentos vão começar a poder operar”, afirmou sem especificar.

Outra novidade anunciada ontem, foi o fim das chamadas zonas vermelhas, com a saída dos últimos três prédios, terminando a longa saga de edifícios isolados. No entanto, mantêm-se 15 zonas de código amarelo, onde os moradores continuam obrigados a realizar periodicamente testes de ácido nucleico, sublinhou o centro.

Em relação ao uso das máscaras de tipo KN95, bastantes criticadas devido às dificuldades respiratórias que acarretam, Leong Iek Hou indicou que a partir de amanhã o padrão das máscaras usadas pode ser ligeiramente relaxado.

“No período de consolidação prolongado já podemos usar máscara cirúrgica, (…) podemos reduzir o padrão das máscaras usadas.”, indicou a médica.

 

Mudar paradigma

Uma das tónicas da conferência de imprensa de ontem foi a repetição de alguns conceitos relativos às diversas fases de retorno gradual à normalidade. Terminado hoje o período de consolidação, seguem-se três dias de consolidação prolongada, durante os quais será feita a testagem em massa.

Se as autoridades continuarem sem detectar casos comunitários, Macau pode passar para à “estabilidade”. Uma das consequências dessa transição poderá ser a reabertura das fronteiras com Zhuhai.

Sem se comprometer com datas concretas ou critérios para a reabertura, o representante dos Serviços de Polícia Unitários, Cheong Kin Ian disse que as autoridades estão “a tentar o mais cedo possível conseguir um consenso” com a cidade vizinha de Zhuhai para reabrir as fronteiras.

Cheong Kin Ian sublinhou que “não há um prazo estipulado”, mas admitiu que o critério adoptado pelo Governo Central – sete dias consecutivos sem casos comunitários – “será uma das hipóteses”. Esse objectivo poderá ser alcançado amanhã.

 

Questões hospitalares

Durante o dia de ontem 75 pacientes receberam alta depois de terem estado em isolamento devido à infecção por covid-19, número incluído no total de 1.218 que tiveram alta hospitalar desde o início do surto.

O médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng, sublinhou ontem que os critérios adoptados pelas autoridades de Macau para receber alta seguem as normas nacionais, ou seja, com um intervalo de 24 horas o paciente precisa ter dois testes de ácido nucleico negativos, e valor de CT igual ou inferior a 35.

O clínico acrescentou que será ainda observada a ocorrência de sintomas e que uma vez reinseridos na comunidade, serão exigidos mais dois testes de ácido nucleico ao terceiro e sexto dia após a alta hospitalar.

Outro dos assuntos do dia, prendeu-se com os cuidados de saúde a recém-nascidos. Nesse aspecto, Lei Wai Seng garantiu que para já apenas os casos urgentes são atendidos, o que inclui a vacinação de bebés.

Quanto à possibilidade de abrir os serviços públicos, o médico pediu calma à população. “Creio que cada serviço público também vai atender à necessidade dos cidadãos, de forma limitada. A população não precisa de ter pressa, se os serviços não são urgentes podem esperar até à normalização do funcionamento dos serviços públicos”, algo que acontecerá com a estabilidade da pandemia. “Queremos trazer maior conveniência aos cidadãos”, acrescentou o médico da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário.

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