Pequim | Washington terá de assumir “todas as consequências” se Pelosi for a Taiwan

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Pequim volta a avisar Washington sobre possíveis retaliações se a programada visita da congressista norte-americana à Formosa em Agosto se concretizar

 

A China reiterou ontem a sua oposição a uma possível visita a Taiwan da líder do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, e alertou que Washington irá arcar com “todas as consequências” se se confirmar.
“Se os Estados Unidos persistirem” nesta visita […] terão de “assumir todas as consequências”, afirmou ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian.

A China já tinha anunciado, há uma semana, que iria adoptar medidas “fortes e determinadas” caso Pelosi visitasse Taiwan.

A visita “minaria gravemente a soberania e a integridade territorial da China e teria grave impacto na base política da relação entre a China e os Estados Unidos, ao enviar um sinal muito errado às forças independentistas de Taiwan”, disse, na altura, Zhao Lijiang.

“Caso os EUA insistam em seguir o caminho errado, a China vai tomar medidas fortes e decididas, visando salvaguardar a sua soberania e integridade territoriais”, acrescentou.

O exército dos Estados Unidos avançou ontem que está a preparar um reforço da segurança caso a líder do Congresso norte-americano concretize a visita a Taiwan em Agosto. Fontes do Pentágono disseram à agência Associated Press que os militares norte-americanos aumentarão o movimento de forças e equipamento na região do Indo-Pacífico.

Caças, navios, equipamento de vigilância e outros sistemas militares poderiam ser usados para proteger tanto o voo de Pelosi para Taiwan como qualquer deslocação, já em terra, da segunda figura do Estado norte-americano.

As mesmas fontes sublinharam que os Estados Unidos já têm forças significativas espalhadas por toda a região, que terão que estar preparados para qualquer incidente, seja no ar ou no solo. A notícia da visita foi avançada pelo jornal britânico Financial Times, que adiantou que Pelosi está a preparar fazer a viagem no próximo mês.

A confirmar-se, será a primeira visita de um líder do Congresso norte-americano ao território de Taiwan nos últimos 25 anos. Pelosi tinha originalmente planeado a visita para Abril passado, mas acabou por adiar, depois de ter testado positivo para a covid-19.

Mau momento

A viagem decorre numa altura em que a relação entre Estados Unidos e China atravessa o pior momento desde que os países normalizaram as relações diplomáticas, em 1979, e Washington passou a reconhecer a liderança em Pequim como o único Governo legítimo de toda a China, rompendo os contactos oficiais com Taipé.

No entanto, os Estados Unidos continuam a ser o maior aliado e fornecedor de armas de Taiwan.
Nos últimos dias, Pequim também aumentou a retórica sobre as vendas de armas feitas pelos Estados Unidos a Taiwan e exigiu o cancelamento de um acordo no valor de cerca de 108 milhões de dólares.

A China tem o maior exército permanente do mundo, com uma Marinha cada vez mais sofisticada e milhares de mísseis apontados para os 180 quilómetros de largura do Estreito de Taiwan.

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