Observatório da China considera Macau essencial na ligação com a lusofonia

A RAEM é essencial nas ligações entre a China e a lusofonia devido à sua história, considerou ontem o presidente do Observatório da China. “Macau, é conhecido de todos na lusofonia, é um parceiro privilegiado” da China com os países de língua portuguesa, como “facilitador de negócios”, salientou Rui Lourido à agência Lusa.

O responsável do Observatório da China destacou o papel de Macau no âmbito do Fórum Macau – Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) -, organização crucial na estratégia que liga a China à lusofonia através da iniciativa conhecida como “nova rota da seda”.

Na III Conferência Internacional de Cooperação Portugal–China, que decorreu ontem em Lisboa, promovida pela Câmara de Cooperação e Desenvolvimento Portugal–China e o Observatório da China, Rui Lourido salientou que a China não é uma presença nova em África, uma vez que apoiou os movimentos de descolonização, inclusive nas antigas colónias portuguesas.

O responsável considerou que a China é dos maiores parceiros comerciais de África, tendo ultrapassado os Estados Unidos da América em 2009, sendo também o principal parceiro comercial da África do Sul. Rui Lourido explicou que o país não se interessa apenas por matérias-primas, mas também por indústria, serviços e infraestruturas.

O investimento directo chinês na indústria africana aumentou 9,9 por cento entre 2020 e 2021.

Contributo de peso

Segundo Rui Lourido, 20 anos após a entrada da China na Organização Mundial de Comércio, o país contribuiu cerca de 30 por cento para o crescimento mundial.

“A China mudou a estrutura do comércio multilateral, bem como a direcção dos fluxos de trocas globais. Fez aumentar a presença dos países emergentes no cenário económico internacional e beneficiou milhões de pessoas em todo o mundo. Foi benéfico para os países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos da América”, frisou Lourido.

Segundo os dados da alfândega chinesa, relativamente à relação entre a China e os PALOP, entre Janeiro e Agosto de 2020, o principal país com trocas comerciais é o Brasil, seguindo-se Angola, Portugal, Moçambique, Timor-Leste, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Foi ainda frisado que o rendimento de Macau vem do jogo, mas esta região defende a herança portuguesa, tendo áreas históricas protegidas pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).

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