China / ÁsiaPCC | Iniciada reunião-chave para consolidar poder de Xi Jinping Hoje Macau - 9 Nov 20219 Nov 2021 Centenas de membros da elite política da China reúnem-se desde ontem, em Pequim, num dos mais importantes eventos deste ano na agenda política do país, que deve servir para consolidar o poder do Presidente Xi Jinping. Xi deve assegurar um terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), reforçando ainda mais o seu estatuto como o líder mais poderoso da China, desde o fundador do regime comunista, Mao Zedong, que esteve no poder entre 1949 e 1976. O Comité Central do PCC reúne até quinta-feira, com um plenário de portas fechadas. Num comunicado, a agência noticiosa oficial Xinhua anunciou que o encontro teve início ontem. Na ordem do dia está uma resolução sobre a História do Partido, que completou 100 anos, em Julho passado. O PCC liderou todos os grupos étnicos da China em conquistas notáveis nos últimos 100 anos na história do desenvolvimento humano, de acordo com um comunicado divulgado após a reunião de Outubro do Comitê Central do PCC, onde foi decidida a realização deste plenário. Os chineses que sofreram subjugação e intimidação desde o advento dos tempos modernos levantaram-se. A nação chinesa avança em direcção à modernização em todas as frentes e o socialismo abriu um caminho de sucesso no país mais populoso do mundo, pode ler-se no comunicado. Além disso, acrescenta o documento, a China está a dar passos largos para se manter a par dos tempos, e abraça uma perspectiva brilhante de rejuvenescimento nacional. O XX Congresso realiza-se no próximo ano e vai servir para oficializar o terceiro mandato de Xi. Homem com visão Durante o seu século de existência, o PCC adoptou apenas duas resoluções sobre a História do Partido: uma em 1945, quatro anos antes de Mao assumir o poder, e a outra em 1981, quando Deng Xiaoping lançou as reformas que converteram a China na segunda maior economia do mundo. Os analistas não têm dúvidas de que Xi Jinping está a tentar aumentar ainda mais a sua influência no país, o primeiro a ser atingido, há quase dois anos, pela pandemia de covid-19. A imprensa estatal chinesa continua a repetir que a política de “zero casos”, adoptada pelas autoridades, é a mais acertada, apesar dos novos surtos detectados em várias províncias. Num longo despacho transmitido no sábado, a Xinhua informou que o Presidente passou “uma noite sem dormir”, em Janeiro de 2020, pouco antes de impor a quarentena em Wuhan, a cidade no centro da China onde foram diagnosticados os primeiros casos da doença. “O tempo mostrou que esta abordagem rígida é a única opção viável”, escreveu a Xinhua. Para a agência, Xi é um “homem determinado e activo, um homem de reflexão e sentimentos profundos, um homem que herdou uma história, mas não hesita em inovar, e que tem uma visão para o futuro”.