Relatório indica melhoria da qualidade do ar na zona da Grande Baía

A rede de monitorização da qualidade do ar na zona do Delta do Rio das Pérolas detectou uma baixa considerável de emissões de partículas poluentes em 2020, comparando com o início do funcionamento, há 15 anos. O único poluente atmosférico cuja concentração aumentou desde 2006 foi o ozono, com um registo 27 por cento superior em 2020

 

Foi ontem divulgado o Relatório sobre a Qualidade do Ar de 2020 da rede de monitorização da qualidade do ar de Guangdong-Hong Kong-Macau do Delta do Rio das Pérolas, que deu conta da melhoria progressiva da qualidade do ar na região.

Desde que a rede entrou em funcionamento, em Novembro de 2005, até ao ano passado, os dados apontaram para uma “redução das emissões de poluentes atmosféricos”, atribuída às “medidas implementadas por Guangdong, Hong Kong e Macau”, que contribuíram para a melhoria progressiva da qualidade do ar na região do Delta do Rio das Pérolas.

Por exemplo, entre 2006 e 2020 os valores médios anuais de concentração de dióxido de enxofre (SO2), partículas inaláveis e dióxido de azoto (NO2), verificados em 2020, desceram 86 por cento, 49 por cento e 43 por cento, respectivamente.

Apesar de o ano transacto ter sido atípico em termos de actividade industrial e emissões de gases poluentes devido a confinamento, teletrabalho, entre muitas outras condicionantes, a tendência de melhoria é algo que os dados têm revelado ao longo dos anos. Em 2006, os valores anuais médios de concentração de dióxido de enxofre eram 43 micras por metro cúbico de ar, valor que caiu para 14 em 2014 e 9 micras em 2018. Os valores referentes ao dióxido de azoto não desceram tão acentuadamente, ainda assim ao longo dos 15 anos analisados os valores médios foram decrescendo cerca de um micra por metro cúbico.

Neste capítulo, o ozono foi o poluente com resultados em contraciclo, com o registo no ano passado 27 por cento superior a 2006, “o que mostra que a situação de poluição fotoquímica na região precisa ainda de ser melhorada”.

Novidades e acções

Dois dos mais nocivos poluentes atmosféricos, monóxido de carbono e partículas finas, apenas começaram a ser medidos em 2014. Desde então, até ao ano passado, registaram quebras de concentração de 16 e 31 por cento, respectivamente, face a 2015.

O relatório destaca também as medidas implementadas pelos governos de Macau, Hong Kong e da província de Guangdong no controlo das principais fontes de emissão de poluentes atmosféricos.

A RAEHK passou a controlar emissões do tráfego marítimo e terrestre, centrais eléctricas e máquinas móveis não rodoviárias, apertou as normas de emissão de gases de escape de veículos exigindo a Norma Euro 6 para veículos recém-registados, de acordo com a tipologia dos veículos e persistiu no abate de veículos comerciais a gasóleo.

Foram também instalados equipamentos de telemétrica nas ruas para controlar as emissões de viaturas a gasolina e a gás de petróleo liquefeito.

A aposta em veículos eléctricos em Hong Kong é outra das frentes no combate à poluição atmosférica, tendo em vista a meta de zero emissões provenientes de veículos até 2050.

Na província vizinha, foi implementado o “Plano de execução para ganhar a batalha do céu azul na Província de Guangdong (2018-2020)” e aprovadas medidas para controlar a produção de compostos orgânicos voláteis do sector industrial. Este controlo pode mesmo implicar o cancelamento de licenças e a aplicar de taxas de operação, recolha e remoção de poluentes para tratamento.

Um dos planos mais urgentes e ambiciosos passa pela “substituição das caldeiras industriais e dos fornos do sector da construção e da indústria de cerâmica que ainda funcionam a carvão, por outros a gás natural.”

Subscrever
Notifique-me de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários