Trip.com anuncia entrada na bolsa de Hong Kong

A agência de viagens virtual chinesa Trip.com vai entrar em bolsa, em Hong Kong, no dia 19 de abril, numa operação que renderá cerca de 1.353 milhões de dólares informou ontem a empresa. Em comunicado enviado à bolsa de Hong Kong, a empresa, que já está listada no índice norte-americano Nasdaq, anunciou que vai vender 31,6 milhões de acções a um preço máximo de 333 dólares de Hong Kong.

Esta marca seria um ‘prémio’ de pouco mais de 10%, em relação ao preço com que fechou na quarta-feira, no mercado de tecnologia de Nova Iorque, de 38,8 dólares por título. A empresa habilitou uma opção de lote suplementar (‘greenshoe’) para a qual emitiria até mais 4,75 milhões de acções, ou seja, um máximo de 15% da participação em oferta.

A empresa torna-se, assim, a última das grandes empresas chinesas de tecnologia a procurar um segundo IPO numa praça financeira chinesa, devido aos receios de que os Estados Unidos possam excluir empresas chinesas da sua bolsa, algo que já aconteceu com algumas empresas que Washington considerou próximas do Exército chinês. O último dos grandes IPOs de Hong Kong foi o Baidu, o principal motor de busca da China. O Baidu é um dos principais acionistas da Trip.com, já que controla 11,5% do capital social, segundo os dados fornecidos à bolsa de Hong Kong.

Trip.com, anteriormente conhecido como Ctrip, indicou que planeia usar 45% dos recursos do seu IPO para melhorar as ofertas de viagens e a experiência do utilizador, e que gastará o mesmo valor para “melhorar a eficiência operacional”. Os restantes 10% destinam-se a outros fins, que podem incluir investimentos estratégicos, embora a empresa esclareça que neste momento não existem negócios na carteira para investir ou adquirir.

Perante o impacto da pandemia da covid-19, que restringiu o turismo internacional durante quase todo o ano de 2020, a Trip.com teve um prejuízo de 3.247 milhões de yuans (418 milhões de euros), em comparação com ganhos de 7.011 milhões de yuans (902 milhões de euros), no ano anterior. A empresa mostrou a sua confiança na retomada da indústria do turismo, em 2021, principalmente no mercado chinês, onde o coronavírus está sob controlo há algum tempo.

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