F1 ainda não desistiu de correr na Ásia em 2020

[dropcap]O[/dropcap] Campeonato do Mundo de Fórmula 1 está a debater-se com a mais complexa temporada que há memória e os seus actores fazem malabarismos para que o campeonato cumpra as quinze provas mínimas contractualizadas com parceiros e patrocinadores. Num ano atípico, dada a pandemias, após vinte e quatro anos de interregno, o Grande Prémio de Portugal está de volta. No outro lado da balança, o continente americano foi riscado do calendário. Ao todo já estão confirmados treze Grande Prémios, mas ainda falta saber o que a Fórmula 1 tem guardado para o continente asiático.

Se 2020 tivesse sido um ano normal, o “Grande Circo” iria visitar pela primeira vez o Vietname, teria corridas também em Xangai, na China, em Suzuka, no Japão, e o já habitual Grande Prémio de Singapura. Tanto a cidade de estado, cujo seu evento citadino nocturno é já uma marca no calendário, como o país do sol nascente cancelaram os eventos para este ano. O Grande Prémio da China, a primeira prova a ser adiada esta temporada, e que parecia firme na segunda metade do calendário, “caiu” com o anúncio da Administração Geral do Desporto no início do mês em que dizia que “a China não irá albergar qualquer evento desportivo internacional este ano, excepto eventos de teste para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim de 2022”. O reembolso dos bilhetes começou na semana passada.

Apesar de a maioria dos países do continente asiático continuarem de fronteiras praticamente fechadas ao mundo, a Liberty Media, empresa que detém os direitos desportivos e comerciais da Fórmula 1, ainda não desistiu que o seu campeonato visite esta parte do globo. “Esperamos fazer algumas corridas na Ásia, pois essa é a nossa ambição. Somos o mais flexível que podemos ser, pois a situação, ora fica melhor, ora fica pior, nos diferentes países”, disse Ross Brawn, o director desportivo da Fórmula 1, ao HM.

Apetecível Vietname

O Vietname, que este ano se estrearia na Fórmula 1, está empenhada em que o circuito citadino de Hanói albergue este ano um Grande Prémio, tendo sugerido à FOM a data de 22 de Novembro, seja com ou sem público. A data coincide com a edição deste ano do Grande Prémio de Macau, o que não será um problema para a FOM, mas ter-se-á de adequar com as restantes etapas asiáticas do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 deste ano.

“O Vietname é particularmente empolgante para nós, porque é o primeiro circuito em que estivemos directamente envolvidos em termos de desenho do circuito. Demos conselhos e trabalhamos com Herman Tilke no desenho do circuito para termos a certeza de que tínhamos tudo o que era preciso”, afirmou Ross Brawn, um dos obreiros dos últimos títulos da Ferrari na categoria rainha do automobilismo. “Estou muito entusiasmado com a corrida e tenho muitas esperanças de que a teremos.”

Realizar uma só viagem ao continente asiático seria bastante dispendioso e poderia não fazer muito sentido para as equipas. Portanto, a Fórmula 1 estará a tentar assegurar mais uma ronda no sudeste asiático, antes do fim da temporada que deverá acontecer em Dezembro no Médio Oriente, com corridas no Bahrein e Abu Dhabi. Conversações com o Circuito Internacional de Sepang, na Malásia, estarão em curso. O Grande Prémio da Malásia de Fórmula 1 fez parte do calendário de 1999 e 2017, no entanto, cortes nos apoios e uma receita de bilheteira aquém do desejado obrigaram a administração do circuito a apostar no motociclismo.

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