China / ÁsiaMorreu antigo diplomata de líderes chineses Mao Zedong e Deng Xiaoping Hoje Macau - 7 Mai 2020 [dropcap]O[/dropcap] diplomata chinês Ji Chaozhu, que serviu como tradutor dos líderes Mao Zedong e Deng Xiaoping e foi vice-secretário-geral das Nações Unidas, morreu hoje aos 90 anos, informou o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. Ji também serviu como embaixador em Inglaterra, ao longo de uma longa carreira que começou depois de se ter formado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e retornado à China, durante a Guerra da Coreia (1950-1953), quando tropas norte-americanas e chinesas se envolveram em combates violentos. Depois de estudar na Universidade de Tsinghua, no norte de Pequim, Ji foi designado, devido à sua fluência na língua inglesa, para apoiar as negociações de paz entre os países envolvidos no conflito. Ji trabalhou depois como intérprete do então primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, Zhou Enlai, para além de Mao, o fundador da República Popular. Após a morte de Mao, Ji assumiu um papel semelhante com o sucessor, Deng Xiaoping, que mais tarde o enviou para estabelecer um escritório de ligação informal nos Estados Unidos, em 1973. Em 1979, Ji acompanhou Deng numa visita aos EUA, após o estabelecimento de relações diplomáticas formais entre os dois países, antagonistas de longa data, e trabalhou mais tarde na embaixada chinesa em Washington. O diplomata serviu mais tarde como embaixador nas Ilhas Fiji e no Reino Unido e cinco anos como vice-secretário-geral das Nações Unidas para serviços de apoio e gestão ao desenvolvimento, tendo-se retirado em 1996. O seu último cargo foi como vice-presidente da Federação da China para os Chineses Ultramarinos Retornados, o qual deixou em 2005. Ji nasceu numa família rica na província de Shanxi, no norte da China. Em 1929, quando tinha 9 anos, mudou-se com a família para os EUA. Ele e o irmão frequentaram escolas particulares exclusivas em Nova Iorque, onde aprendeu inglês fluente e adquiriu profundo conhecimento da cultura norte-americana. Como muitos outros altos quadros do Governo chinês, Ji foi perseguido durante a Revolução Cultural, que mergulhou o país numa década de caos e isolamento, sobretudo devido à sua educação estrangeira e ao facto de o seu irmão ter permanecido nos EUA. Ji revelou as suas experiências na autobiografia “O homem à direita de Mao”.