Covid-19 | BNU fundamental a ajudar Portugal na compra de ventiladores à China

O negócio da compra à China de 500 ventiladores pelo Governo de António Costa concretizou-se graças à ajuda do BNU, com o embaixador português em Pequim a fazer a prova do pagamento junto à empresa chinesa vendedora. A notícia, avançada pelo jornal Público, adianta que os ventiladores estiveram perto de ser desviados para o Canadá

 

[dropcap]P[/dropcap]ortugal encomendou 500 ventiladores à China, mas teve de fazer o pagamento a pronto de 10 milhões de dólares americanos entre domingo, 22 de Março, e as 9h, hora à Pequim, da segunda-feira da semana passada. A operação só foi possível graças a uma transacção feita em tempo recorde que assegurou a compra dos ventiladores, caso contrário a encomenda seguiria para o Canadá.
Coube ao Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau agilizar a transacção para que fosse feita a tempo e horas, conforme exigido pelo fornecedor chinês, escreve o diário português Público. As autoridades portuguesas tinham também de fazer prova de que o depósito tinha sido efectuado.

Uma fonte governamental descreveu ao jornal uma situação de “sufoco” vivida pelos governantes para que fosse assegurada a vinda do material para Portugal. “Este mercado está uma selva!”, disse.

“O contrato estava feito para os 500 ventiladores e tinha sido sinalizado pelo Executivo através de uma garantia. Mas, no domingo, o Executivo foi informado, pelo vendedor chinês, de que se não pagasse o total da encomenda, à cabeça e até segunda-feira de manhã, ela seria entregue ao Canadá. Ou seja, o Governo tinha até às 2h da madrugada de segunda-feira em Lisboa, quando são 9h na China, para transferir dez milhões de dólares americanos para a conta do vendedor”, escreve o jornal.

Millenium e Sonae eram opções

António Costa começou então a accionar todos os meios de que dispunha, mas todos os bancos e departamentos estatais fecham portas ao domingo. O Governo chegou a abrir o Instituto de Gestão e Crédito Público para ter acesso aos 10 milhões de dólares americanos na hora, mas depois foi necessário apoio de outras entidades para transferir o dinheiro para a China.

Foi aqui que entrou o BNU Macau, embora, numa primeira fase, se tenha ponderado contactar a sucursal em Macau do Millenium BCP ou a Sonae, que tem uma central de compras na China.

“A solução acabou por ser fazer o depósito através do BNU de Macau. Mas mesmo assim, em contra-relógio. As autoridades tiveram de esperar que o administrador deste banco acordasse para tratar da transferência. Em cima da hora limite, 2h da madrugada em Lisboa e 9h da manhã na China, o pagamento foi feito”, adianta o Público.

Coube depois ao embaixador português em Pequim, José Augusto Duarte, a apresentação do comprovativo de transferência que iria assegurar o envio dos ventiladores para Portugal. “O comprovativo do depósito chegou ao Governo [português] às 2h30 da madrugada de Lisboa.

Foi imediatamente enviado ao embaixador português na China que tratou de o ir apresentar pessoalmente ao vendedor para assegurar que Portugal não perdia a encomenda de 500 ventiladores”, acrescenta o jornal.

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30 Mar 2020 15:50

Sra. D. Andreia Silva, Jornalista em Macau.
A história que coloca aqui embora seja uma transcrição do “Público” não acha que isto cheira a aldrabice que a gente está farta de ouvir nas notícias de Macau? Para mim, SIM. Para bem de todos, espero que NÃO!
Sinaliza uma compra e recebe noticia que afinal tem de pagar tudo antes que perca a encomenda, é uma história clássica de fraude.
Que deus nos proteja, bem precisamos.