PolíticaLançada petição de apoio aos manifestantes de Hong Kong Pedro Arede - 25 Nov 2019 [dropcap]A[/dropcap]manda Lei lançou um apelo para que Macau não fique em silêncio. A cidadã de Macau, apresentou uma petição à Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, para que “as pessoas de Macau possam mostrar o seu apoio aos manifestantes de Hong Kong”. Começando por referir que a intensificação das manifestações e as sondagens à população têm demonstrado que o Governo de Hong Kong tem vindo a “ignorar as exigências do público”, a petição aponta o dedo à “operação violenta da polícia” como principal causa para os “conflitos sociais de grande escala” que Hong Kong tem vivido nos últimos tempos. “Quando as motivações de milhões de pessoas foram ignoradas pela Chefe do Executivo de Hong Kong, desconsiderando a vontade do público, foram trazidas achas para o protesto. Quando quem ocupa cargos públicos não foi responsabilizado, acenderam-se as tochas e quando os agentes indisciplinados da força policial de Hong Kong entraram em acção, tornaram-se no motor para atirar mais achas para a fogueira do confronto”, pode ler-se no texto da petição. Assim, dirigindo-se directamente ao Governo de Hong Kong para que “condene o abuso de poder por parte da força policial contra os manifestantes”, através da recolha de assinaturas, a petição criada por Amanda Lei visa “apoiar os manifestantes de Hong Kong no combate à violência policial, (…) na luta pelas cinco exigências e na luta pela democracia e liberdade”. Protestos silenciosos Se por um lado é apresentada como plataforma de apoio aos manifestantes de Hong Kong, ao mesmo tempo, a petição de Amanda Lei pretende também ser uma chamada de atenção para dentro de portas, neste caso, para que os residentes de Macau não voltem a protestar “em silêncio”. Isto porque, segundo o texto, Macau “optou por protestar em silêncio”, quer perante a proibição da vigília não autorizada que ocorreu no Largo do Senado em Agosto deste ano, quer depois do aparecimento de um mural de protesto, uma chamada “Lennon Wall”, numa parede junto ao passeio que ladeia o Lago Nam Van e que acabou com a polícia a interceptar quatro estudantes do ensino secundário. “Neste momento, devemos levantar-nos para fazermos ouvir as nossas opiniões. Não só para apoiar a população de Hong Kong, mas também por nós próprios. Se continuarmos a escolher o silêncio, no futuro vamos perder o direito de optar ou não pelo silêncio e Macau ficará para a história pela sua cobardia”. Até ao fecho da edição a petição tinha recolhido mais de 2500 assinaturas.