EventosMúsica | Matiné no LMA traz três bandas de indie-rock até Macau Raquel Moz - 1 Jun 2019 Qual a melhor hora para se começar um concerto? O LMA quer fazer a experiência e vai abrir as portas amanhã às cinco da tarde, com um programa de bandas alternativas indie-rock, vindas do Japão, Hong Kong e Guangzhou [dropcap]H[/dropcap]oje é dia de matiné no LMA – Live Music Association – com um trio de bandas indie-rock de referência para a juventude local, que prometem festa de arromba até ao início da noite. É uma oportunidade única para ver estes grupos musicais num só dia: Buddhistson, do Japão, The Lovesong, de Hong Kong, e Smellyhoover, de Guangzhou. O director da associação, Vincent Chi Tat, tem grandes expectativas para este encontro de bandas que quis reunir num só espectáculo, de tributo aos 11 anos de concertos ao vivo que o LMA tem conseguido trazer até Macau. “Queríamos organizar uma grande festa para mostrar às pessoas que temos já mais de uma década de actividade na organização de eventos de música alternativa ao vivo”. O destaque vai para a banda Buddhistson, que faz as honras da festa e está no território pela quarta vez. A primeira actuação foi em 2006, numa edição do Festival Hush!, onde Vincent os conheceu. “Foi há mais de uma década e foi a primeira vez que os vi ao vivo. A banda era muito boa, muito impressionante, e adorei a música. Então, anos mais tarde o LMA voltou a convidá-los para tocarem em Macau por duas vezes, como artistas principais para celebrar o 2º aniversário do LMA (em 2010), e uma terceira vez, com uma performance acústica. Os Buddhistson são uma banda indie-rock criada em 1999, que vem de Kashiwa, no Japão. Com um som etéreo e cru, vozes roucas e melodias emocionalmente carregadas, o grupo conta já com quatro álbuns originais editados e um de compilações. Shima é o vocalista, compositor e guitarrista, que deu o nome à banda por ser, quem diria, um fã de Buddha. São reconhecidos pelo charme e qualidade dos seus espectáculos ao vivo, recorrendo muitas vezes ao grafismo animado nos cenários dos shows. Os The Lovesong, de Hong Kong, também se juntam ao evento, outra banda iniciada em 1999, definida como pós-hardcore e emocore – género com influências punk-rock da década de 1980, caracterizado por melodias expressivas e letras confessionais –, que acrescenta elementos soul e noise, com ritmos sincopados e algum reggae. Saltaram para a ribalta com o seu primeiro grande show em Hong Kong, em 2005, foram depois convidados como banda honorária para representar o território vizinho no maior festival de rock ao ar livre da China, o Midi Festival, e, ainda em 2007, fizeram a abertura do concerto da banda de rock industrial norte-americana, os Nine Inch Nails, em Hong Kong. A terceira banda, Smelly Hoover, é “uma orquestra de um homem só”, Shi Miaoli, que vem de Guangzhou. “Ele era o vocalista de uma outra banda conhecida de Guangzhou, chamada Golden Cage, que agora tem este projecto a solo”, desde 2012. Canta em cantonês, misturando rock, folk, electrónica e shoegaze – um estilo de rock em que os diversos instrumentos e vozes se esbatem num som indistinto – para partilhar sentimentos de alegria e tristeza, louvor e sátira, elogios e críticas, adicionando e gravando os diversos instrumentos e estilos ao vivo, até conseguir músicas completas. E não só Entre os três concertos haverá música seleccionada por artistas convidados: o DJ Lobo, produtor de música local, o DJ Ryoma, japonês baseado em Macau, e um dos músicos japoneses da banda Buddhistson, que também vai dar ritmo ao público. A festa começa às 17h da tarde e termina por volta das 22h30, uma proposta diferente para jovens num dia de sábado, em que se espera mais tempo de chuva no território. “Temos sempre muitas reclamações por causa do barulho, já que os eventos são geralmente pela noite fora. Desta vez quisemos experimentar fazer uma coisa diferente, num outro horário em que os fãs podem vir ouvir música e dançar, sem chegar tarde a casa. Quem sabe qual é a melhor hora para se começar um concerto? Pode ser ao início da tarde. Vamos testar…”, comentou Vincent Chi Tat. Os bilhetes custam 220 patacas e estão à venda na Livraria Portuguesa (250 à porta do LMA).