SociedadeSarampo | Vacina apenas para grupos prioritários Diana do Mar - 1 Abr 2019 Só os grupos prioritários, como crianças com menos de 2 anos, pessoal de creches e profissionais de saúde, vão ser vacinados contra o sarampo [dropcap]É[/dropcap] a lei da oferta e da procura: apenas crianças com idade inferior a 2 anos, funcionários de creches e profissionais de saúde vão ser vacinados contra o sarampo, enquanto a oferta de vacinas em Macau não for suficiente. “Os Serviços de Saúde vão implementar de forma restrita o princípio da vacinação para populações prioritárias”. Neste sentido, “recomendam que os outros residentes se submetam à vacinação apenas quando a quantidade de vacinas existente seja em número suficiente”, informou o organismo em comunicado. Macau encomendou 15 mil doses da vacina contra o sarampo, com a primeira remessa, de pelo menos 5 mil, com data de chegada prevista para meados de Abril. Com efeito, “devido aos recentes surtos”, nomeadamente no Sudeste Asiático, o fornecimento de vacinas contra o sarampo tem levado, um pouco por todo o mundo, a uma escassez de ‘stocks’ generalizada. “Os fabricantes estão a priorizar países com epidemias graves”, pelo que “se prevê que as vacinas encomendadas pelos Serviços de Saúde não sejam enviadas na sua totalidade no curto prazo”, refere o organismo liderado por Lei Chin Ion. De acordo com a análise epidemiológica e a pesquisa de sorologia de população, a maior parte das pessoas nascidas antes de 1970 em Macau foi infectada ou exposta ao vírus do sarampo e têm imunidade natural, pelo que não precisam de ser vacinadas. O mesmo sucede com a maioria das pessoas que nasceram em Macau depois de 1983, dado que receberam pelo menos uma dose da vacina contra o sarampo. Relativamente aos trabalhadores não residentes, os Serviços de Saúde reconhecem que a taxa de vacinação é inferior, mas ressalva que parte é imune porque terá contraído a doença na infância, dado que provêem de países e regiões com elevados índices de infecção natural. Não obstante, recomendam aos trabalhadores das Filipinas, Vietname, Tailândia e Indonésia, onde se verificam surtos de sarampo, que se abstenham de viajar sobretudo se tiverem a seu cuidado crianças com menos de 1 ano e não tiverem a certeza se são imunes. A quem contrata é sugerido que exija aos futuros trabalhadores que demonstrem estar vacinados ou que procedam à vacinação no local de origem. Desde o início do ano, foram diagnosticados 26 casos de sarampo. Até sexta-feira à noite, 23 pacientes tinham recebido alta hospitalar. DSEJ atenta Dado que um dos casos envolveu uma professora de um centro educativo, o HM questionou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) sobre se dispõe de dados relativos aos trabalhadores (como docentes, educadores de infância, auxiliares educativos ou outros) que se encontram imunes. “As informações sobre a vacinação contra o sarampo envolvem dados pessoais e privados, cujo tratamento é da responsabilidade dos serviços competentes”, afirmou, na réplica, a DSEJ. “De forma a prevenir a propagação das doenças, a DSEJ mantém uma comunicação estreita com os Serviços de Saúde, apelando também aos docentes e alunos das escolas para terem em conta as medidas de prevenção de doenças contagiosas dos Serviços de Saúde, vacinando-se para reduzir a probabilidade de infecção”, complementou na mesma resposta escrita. Relativamente ao caso da professora que contraiu sarampo, a DSEJ informou que, desde 27 de Março, a instituição suspendeu os seus cursos e procedeu à limpeza e desinfecção das instalações e irá retomar as actividades lectivas “de acordo com a situação real”.