China | Indústria abranda em 2018. Lucros aumentam 10,3 por cento

[dropcap]O[/dropcap]s lucros da indústria chinesa registaram um aumento homólogo de 10,3 por cento, em 2018, uma desaceleração significativa, face ao ano anterior, quando cresceram 21 por cento, segundo dados oficiais ontem divulgados, num período de disputas comerciais com Washington.
Os lucros alcançaram 6,63 biliões de yuan.

Em termos nominais, trata-se de um abrandamento de cerca de 12 por cento, face a 2017, quando os lucros excederam 7,5 biliões de yuan -, embora o GNE afirme que o cálculo foi feito “segundo valores comparáveis, considerando o ajuste e a melhoria do sistema estatístico, a eliminação de dados duplicados e a venda de activos (derivados) da reforma corporativa “.

Para este indicador, as estatísticas chinesas consideram apenas empresas industriais com receitas anuais superiores a 20 milhões de yuan.

O GNE revelou ainda os resultados referentes apenas ao mês de Dezembro, que revelam uma queda homóloga de 1,9 por cento, no segundo resultado negativo em três anos, após o registado em Novembro.

Em termos anuais, 32 dos 41 sectores listados pelo GNE registaram um aumento nos lucros, incluindo extracção de petróleo e gás natural, indústria dos produtos minerais não metálicos, fundição e laminação de metais ferrosos ou matérias-primas químicas.

Em declínio

Em comunicado, o GNE afirma que a reforma da oferta “continuou a avançar, em profundidade”, e que o índice de endividamento das empresas industriais caiu 0,5%, em 2018, para 56,5%.

He Ping, estatístico do GNE, apontou que o rácio da dívida das empresas estatais – afectadas pela alavancagem – caiu 1,6 pontos percentuais, para 58,7%.

A economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,6 por cento, em 2018, ou seja, ao ritmo mais lento dos últimos 28 anos.

Analistas prevêem que a economia chinesa registe um declínio acentuado, ao longo da primeira metade do próximo ano, reflectindo o pleno efeito das taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos.

A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o espoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.
Os EUA temem perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes actores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

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