Grande Baía | Vice-PM chinês aponta final de Fevereiro para divulgar planos

O vice-primeiro-ministro chinês, Han Zheng, revelou que Pequim deu luz verde para a divulgação do plano concreto do projecto da Grande Baía. Os detalhes do programa de integração devem ser conhecidos entre o final de Fevereiro e início de Março

 

[dropcap]“N[/dropcap]enhum detalhe ou assunto, inclusive a protecção ambiental, ficará para trás neste plano que engloba tudo”. As palavras são Han Zheng, vice-primeiro-ministro chinês, citado pelo South China Morning Post. O responsável, que se debruça sobre os assuntos de Macau e Hong Kong, adiantou que foi dada luz verde para divulgação do documento oficial do planeamento do projecto da Grande Baía Guangdong – Hong Kong – Macau. Segundo uma fonte ouvida pelo jornal da região vizinha, a divulgação do plano surge na sequência “extensivas consultas aos Governos locais”.

Zhang Xiaoming, director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês, adiantou que o ano passado foi marcado pelo “grande progresso” nos trabalhos de planeamento. Em entrevista à televisão estatal CCTV no sábado, Zhang declarou que chegou a altura das autoridades se focarem na implementação das políticas de integração.

Para Macau estão destinados papéis bastante familiares ao abrigo da Grande Baía, nomeadamente cumprir a função de cidade de turismo internacional e de plataforma comercial com os países de língua portuguesa.

Em relação às outras três principais cidades abrangidas – Hong Kong, Guangzhou e Shenzhen – cabe à outra região administrativa especial a função de centro internacional financeiro e comercial, assim como a missão de manter o estatuto de “hub” de transportes da região. Além disso, Hong Kong será a cidade na Grande Baía com a responsabilidade de assegurar serviços de comércio, finanças e logística para mercados “premium”. Guangzhou ocupará o papel da principal cidade nacional do interior, enquanto Shenzhen terá a seu cargo a inovação tecnológica.

Quando e o quê

No que diz respeito a datas concretas para a divulgação do plano, o South China Morning Post aponta o dia 21 de Fevereiro como uma possibilidade forte, ou antes das reuniões anuais das mais altas esferas legislativas e consultivas chinesas marcadas para 5 de Março.

Os detalhes que se aguardam são fruto da resolução de um mar de problemas técnicos, nomeadamente em questões jurídicas devido às discrepâncias entre os três ordenamentos jurídicos. Como tal, no final de Novembro, Sónia Chan mencionou a cooperação judicial no âmbito da Grande Baía. “Num primeiro passo, queremos fazer uma comunicação entre Guangdong, Hong Kong e Macau em matéria judicial. No futuro, quando for divulgado o planeamento da Grande Baía, e se for necessário o nosso apoio a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça vai proceder à revisão dos regimes em termos de colaboração judiciária”, frisou a secretária para a Administração e Justiça.

Independentemente do que ficou firmado entre as regiões administrativas especiais e as cidades de Guangdong, Zhang Xiaoming entende que de acordo com as novas circunstâncias, Hong Kong e Macau vão manter os seus estatutos e posições intactas.

Exemplo japonês

O projecto da Grande Baía Guangdong – Hong Kong – Macau tem sido inúmeras vezes comparado a Silicon Valley. No entanto, a inspiração para a iniciativa parece estar a oriente, nomeadamente na Área da Baía de Tóquio. Aproveitando o momento de alívio nas tensas relações com o Japão, os principais actores políticos da região preparam uma visita oficial à capital nipónica em Abril. A novidade foi adiantada ao South China Morning Post por Jonathan Choi Koon-shum, presidente da Guangdong – Hong Kong – Macao Bay Area Entrepreneurs Union, que está a preparar um fórum de intercâmbio onde vão participar Chui Sai On, Carrie Lam e Ma Xingrui, Governador da província de Guangdong.

Subscrever
Notifique-me de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários