EventosThis is My City | Festival traz a Macau Re-TROS, Celeste Mariposa e DJ Kitten Sofia Margarida Mota - 8 Nov 2018 Quatro cidades, mais de 30 convidados e 10 dias de duração são os dados recorde da edição, deste ano, do festival This is My City que vai acontecer a partir de 22 de Novembro. O evento alarga a sua abrangência geográfica a Zhuhai e vai também estar representado em São Paulo, no Brasil. Os destaques vão para os chineses Re-TROS e para os projectos portugueses Celeste Mariposa e DJ Kitten [dropcap]O[/dropcap] festival This Is My City (TIMC) vai, este ano, dividir-se em dois momentos. Um primeiro que inclui Macau, Zhuhai e Shenzhen entre os dias 22 e 25 de Novembro, e um segundo, entre 5 e 9 de Dezembro quando o festival arranca para São Paulo onde vai integrar a Semana Internacional da Música. Este alargamento geográfico faz com que a edição de 2018 seja a maior de sempre, referiu ontem o co-organizador Manuel Correia da Silva, na conferência de imprensa de apresentação do evento. A música vai continuar a ser o núcleo do certame e a organização destaca a vinda, pela primeira vez, dos Re-TROS a Macau. A banda de Pequim é considerada uma das grandes representações do pós punk chinês. O grupo já actuou em festivais na Europa, nos Estados Unidos e fez as primeiras partes de bandas com os Depeche Mode e o The XX, bem como dos Gang of Our e dos PiL, projecto de Jonh Lydon dos Sex Pistols. Os Re-TROS são influenciados pelo “som underground de bandas como Joy Division e Bahaus”, revelou a organização, e transformou-se num dos grupos mais significativos no panorama da música independente chinesa logo desde o lançamento, em 2005, do primeiro EP “Cut off” que contou com a colaboração de Brian Eno nas teclas. O último álbum, “Before the Applause” foi produzido por Hector Castillo que também já colaborou com artistas como David Bowie, Lou Reed e Bjork. Em Macau, têm presença marcada no dia 25 de Novembro, nas Oficinas Navais 2. Expressão lusa Outro dos pontos altos desta edição vai para a apresentação do projecto de Lisboa Celeste Mariposa de Francisco Sousa e Wilson Vilares. Criado em 2008, Celeste Mariposa dedica-se a “espalhar a palavra e a promover a música dos países africanos de expressão portuguesa”, apontou a organização. Para o efeito, e tal como tem vindo a fazer em Portugal, os espectáculos em Macau vão ser em formato Afro Baile e têm lugar no dia 23 de Novembro no D2, e no dia seguinte no LMA. De acordo com Manuel Correia da Silva, estes concertos vão dar a conhecer “uma colecção completa de música dos países africanos de língua portuguesa, incluindo álbuns históricos e muitas edições de autor raras”. A 25 de Novembro, Celeste Mariposa segue para Shenzhen, onde actua no The Oil Bar. Também de Lisboa vem João Vieira para um DJ set enquanto DJ Kitten. A apresentação em Macau tem lugar nos dias 24, no D2, e 25 no LMA. Recorde-se que João Vieira é ainda o mentor de projectos como os Xwife e White Haus O TIMC não esqueceu os artistas locais e no dia 24 de Novembro é o momento para ver e ouvir a banda indie local “Forget the G” nas Oficinas Navais 2. Segundo a organização trata-se de uma banda que combina música experimental com pós rock, adicionando elementos multimédia nos espectáculos ao vivo. Ponto de encontro A edição deste ano vai ter ainda espaço para uma série de conferências todas elas essencialmente debruçadas sobre o papel dos festivais na dinâmica das cidades, afirmou Manuel Correia de Oliveira. Neste sentido, o TIMC vai abrir com a conferência “Global Creative Network”, no dia 22 pelas 18h, nas Oficinas Navais 2. O festival segue com as palestras abertas ao público “Live Houses and the City” e “Festivals and the City”. Entre os oradores vão estar presentes João Vaz da produtora portuguesa Pataca Discos, Márcio Laranjeira da promotora Lovers and Lollypops e Luís Viegas da agência musical Até ao Fim do Mundo. O objectivo destes momentos é ainda “procurar por em contacto artistas e projectos chineses e lusófonos (…) e ligar os mercados asiáticos, europeus, africanos e sul americanos”, afirmou o organizador. Surpresas na manga Além do cartaz já divulgado ainda vai haver surpresas, afirmou Manuel Correia da Silva. “Vamos oferecer mais concertos, certamente, e vamos também abordar uma outra área das industrias criativas, neste caso a fotografia”, disse. De acordo com o responsável, “isto é importante porque acreditamos que este não é só um festival de música e queremos cada vez mais mostrarmo-nos como um festival multidisciplinar”. Para o ano, os esforços vão ser dedicados em conseguir um alargamento do evento a Portugal até porque “há datas a celebrar relativamente às relações entre a China e Portugal”. A entrada é livre para todos os eventos neste festival que conta com um orçamento de cerca de meio milhão de patacas.